quarta-feira, 4 de agosto de 2021

 


Política local/Empresas/Autárquicas 2021


Algures entre realidade simples e realidade imaginada

É entalado entre "as aparências iludem" e "em política, o que parece é", que inicio esta crónica.. Acabei de ler há pouco o Cidade de Tomar online, e dessa leitura retive quatro temas: 1 - O desmantelamento da Platex; 2 - O quiosque da Várzea Grande; 3 - A Estalagem de Santa Iria; 4 - As ruínas do antigo convento de Santa Iria.
Procurando desmentir  a suspeita aqui lançada de que afinal não teria havido investidores interessados em salvar a IFM-Platex, Anabela Freitas esclareceu  que houve mesmo dois investidores, um dos quais até pretendia aumentar os postos de trabalho. Acrescentou que mais tarde esses dois investidores até uniram esforços, mas mesmo assim o gestor de insolvência preferiu a oferta de um sucateiro.
Sabido como é que os sucateiros nunca são demasiado generosos nas suas arrematações, deduz-se que a proposta final dos dois alegados investidores terá sido inferior, do tipo "apenas para marcar presença", de forma a justificar posterior argumentação eleitoral. Se assim não foi, então qual a justificação para a opção do gestor de insolvência? Pura maldade anti-Tomar? Ninguém acredita. Tanto mais que já assim aconteceu aquando da falência do Prado. Em política, o que parece é.
Há pelo menos um ponto comum entre a Platex, a arrematação do quiosque da Várzea Grande e a Estalagem de Santa Iria. Nos três casos, de acordo com a informação municipal, aparece quem esteja apenas a marcar presença.  Na Platex pela razão já aduzida. No caso do quiosque, porque o seu concessionário solicitou um adiamento, prontamente concedido pela autarquia, mas para o qual não se vê fundamento. Por causa da pandemia? E qual a relação entre a pandemia e o funcionamento de um simples quiosque na Várzea grande? Entretanto paga ou não paga a mensalidade da concessão? Não se sabe, porque a câmara não esclareceu. Depois das eleições logo se vê.
O mesmo acontece com a Estalagem de Santa Iria. O período de carência corre até quando? Entretanto, o vice-presidente informou que os titulares do direito à exploração andam a preparar as obras, prevendo-se a reabertura para a Páscoa de 2022. Acredite quem quiser, pois se em Agosto ainda andam à procura de empreiteiros e de financiamento europeu, talvez lá para o próximo verão, com alguma sorte, as obras estejam prontas. Salvo algum imponderável anterior. Em Setembro, por exemplo.
A grande notícia da semana é porém a anunciada venda do antigo Convento de Santa Iria, ao grupo hoteleiro Vila Galé. Há todavia  um obstáculo a ultrapassar até Setembro, se possível, como quase sempre acontece nestas coisas. Houve dois concorrentes, mas um deles foi eliminado, por alegadamente não preencher as condições estipuladas. O que obriga agora a conceder-lhe um prazo para poder reclamar. e, eventualmente, contestar a resposta à reclamação.
Entre prazo, contestação e conclusão, será que o assunto se vai arrastar para além das eleições de 26 de Setembro? Paira uma dúvida razoável, tendo em conta o que antecede.
Um conhecido político gaulês disse algures que "a política é a arte do possível, toda feita de execução." Em Tomar, por aquilo que se vai lendo, a política local será sobretudo a arte do imaginativo, em grande parte feita de hipóteses para tentar confundir os eleitores.

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