sábado, 21 de agosto de 2021


Política local/Autarquia/Turismo

Finalmente alguém apela ao bom senso

Já tardava, mas a pré-campanha eleitoral veio remediar a lacuna, ainda que parcialmente. O candidato da coligação CDS-MPT-PPM, Caldas Vieira, decerto ciente de só ter a perder o que de mais valioso tem um cidadão -a sua reputação- ousou escrever o que se impunha e impõe. Tornar o estacionamento gratuito na área urbana, excepto nos parques cobertos, e aumentar bastante os lugares disponíveis.
Trata-se de uma evidente contradição, pretender expandir o turismo e não fornecer aos turistas onde estacionar sem problemas. Nem junto ao Castelo-Convento, nem na cidade. Não só porque os lugares disponíveis são insuficientes, mas também porque ninguém está a ver um turista a interromper a sua visita, ao convento ou no núcleo histórico, para ir carregar umas moedinhas no parquímetro respectivo.
Na mesma linha, outra contradição evidente consiste em afirmar que se pretendem turistas ficando pelo menos duas noites, após se ter encerrado, sem solução de continuidade, o parque de campismo. Os campistas eram os turistas que mais tempo ficavam na cidade, e essa história do turista de pé-descalço e poucos recursos, associada ao campismo, não passa de uma visão própria de quem nunca viajou além do Entroncamento ou Lisboa.
Ainda sobre turismo, noticia o prestigiado semanário O TEMPLÁRIO, ao alto e a toda a largura da primeira página, que a "Câmara de Tomar vai tornar visitável os genuínos "Lagares d'El-Rei na Levada em Tomar". Uma vez que o outro semanário local traz a mesma música, trata-se obviamente de produção jornalística camarária, através do seu abundante gabinete de comunicação.
Temos assim mais um belo exemplo de mau uso da língua-mãe, por manifesta ignorância. Além de "os genuínos Lagares..." exigirem o acordo do modificador VISITÁVEIS, em vez de "visitável", há ainda aquela escusada redundância "Câmara de Tomar...na Levada em Tomar." Que uma autarquia com mais de 500 funcionários não seja capaz de produzir textos melhores do que este, mostra bem o lamentável estado a que Tomar já chegou.
Um reparo final sobre os "genuínos Lagares d'El-rei". Se não erro, esses eram de vara e já desapareceram há muito, embora possam ser reconstituídos. Resta metade de um dos de segunda geração, tendo a outra parte sido destruída para edificar a central eléctrica. (ver foto) Ou seja, ainda nem começaram as obras e já a autarquia está a tentar enganar os tomarenses, por nítida falta de bagagem histórica dos seus serviços.
Triste sina, Maria Albertina!

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