domingo, 29 de agosto de 2021



Maioria PS/Política local/Autárquicas 2021

CRÍTICA POLÍTICA E QUESTÕES PESSOAIS

Um leitor  enviou um comentário, logo publicado, no qual afirma que tenho questões pessoais com o PS. Trata-se obviamente de uma confusão analítica, que corresponde, segundo sei, ao que dizem e mandam dizer os dirigentes socialistas locais. Ainda que possa tratar-se de um honesto ponto de vista, sem qualquer relação com a propaganda socialista, é meu entendimento que importa tentar esclarecer semelhante equívoco.
Julgo não ser necessário um espírito muito aguçado para ver quais têm sido e são os três eixos da estratégia de comunicação da maioria PS. Quando são atacados com factos indesmentíveis e documentados, ou com simples opiniões divergentes,  adoptam uma de três posições:

1 - Procuram desacreditar a oposição, com a corriqueira frase, "os outros não são melhores nem fazem diferente".
2 - Tentam fulanizar imediatamente a questão, alegando tratar-se de ataques pessoais e de simples inveja.
3 - Pagam a quase toda a informação local, para não publicar tais críticas e/ou opiniões divergentes. Há vários exemplos documentados.

Em relação ao ponto 1, a oposição foi-se pondo a jeito e agora o mal já está feito, sendo praticamente sem remédio. Apenas se pode denunciar e lamentar.
Sobre o ponto dois, é a política rasteira, ao nível da peixeirada. Incapacidade analítica para conseguir separar o político do pessoal. Tal como para distinguir o essencial do acessório na gestão autárquica. Com tendência para confundir toalhas de linho com panos de cozinha.
Quanto ao ponto 3, nem é preciso argumentar, visto que não se trata de uma alegação, mas de simples constatação.
Num tal contexto, compreende-se que possa haver alguma confusão entre crítica política e má língua ou ataque pessoal. Com efeito, sempre que nestas colunas se denunciam situações que se julgam incorrectas, ou se opina contra a corrente, os visados, membros da maioria PS, em vez de procurarem esclarecer os assuntos, resvalam logo para o ataque pessoal, ainda por cima de fraco quilate: -"Quem é que escreveu isso? Esse gajo é um ordinário, um invejoso, que só sabe dizer mal e critica tudo."
Querem um exemplo concreto? A rua onde tenho a minha residência há mais de 40 anos é uma autêntica vergonha. Há roturas demasiado frequentes, sarjetas antigas que deixaram de ser desinfectadas, uma rede de água que data de 1937 e um colector único de esgoto, modelo três lajes, que data da idade média. Há também ratazanas durante todo o ano, e mau cheiro, sobretudo no verão. Tudo isto, que não é nada pouco nem pessoal, a menos de cem metros dos Paços do concelho.
Há anos que venho denunciando tal situação. O melhor que já consegui foi um esclarecimento dos então SMAS, garantindo que estão previstas obras de modernização, quando houver verba disponível.
Face a tudo isto, se puderem, perguntem aos membros da actual maioria, que entretanto até já conseguiram verba para aquela coisa atrás dos bombeiros, cuja viabilidade está por demonstrar, o que têm a dizer sobre o assunto.
Vão decerto ouvir que se trata de uma questão pessoal, porque isso agora depende da Tejo Ambiente e naquela rua até vive muito pouca gente. "É o gajo a embirrar com a gente". 
Assim se chega ao pretendido. Demonstrar que, para os membros da maioria autárquica PS, qualquer crítica à sua actuação é sempre considerada um ataque pessoal, porque eles já antes fizeram o possível para que tal não possa acontecer, avençando, intimidando, retaliando, directa ou indirectamente, toda a informação local. Basta comparar com os órgãos de outras regiões, para disso ficar ciente.
Em conclusão, quem ler estas linhas fica a saber, se conseguir e quiser ter a amabilidade de entender e reter: Aqui não se criticam pessoas, mas actuações políticas de gente eleita e paga com os impostos de todos nós. Os senhores provisórios do poder é que confundem, porque lhes convém, críticas exclusivamente políticas com ataques pessoais. Tentam armar-se em vítimas, é o que é. À falta de melhor.

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