Censos 2021/Política local
Procurar as causas das coisas - 2
Começa-se por pedir desculpa pela insistência. Numa terra com uma maioria eleita cheia de auto-suficiência e basófia, preocupada sobretudo com a sua manutenção no poder, compreende-se que o desastre demográfico dos últimos 10 anos, revelado pelo recenseamento da população, não seja objecto de preocupação e possa até irritar os fatalistas, convencidos que as coisas acontecem por acaso ou mera falta de sorte.
Tomar a dianteira, não tem certezas, apenas dúvidas, não estando minimamente a pensar numa eventual carreira política, totalmente fora de causa. Preocupa-se, isso sim, com o futuro de Tomar, da comunidade tomarense como um todo, e por isso continua a procurar respostas para as muitas perguntas pendentes.
Uma das hipóteses de trabalho que se considerou desta feita foi a influência da emigração na redução da população residente. É o que se procura mostrar na tabela seguinte:
CONCELHOS % Mulheres/homens % Perda de população 2011/...21
1 - Caminha....................... .........+7,08%....................................., - 5,1%
2 - Almeida....................... ..........+6,46%............. .........................-18, 8%
3 - Golegã........................ ...........+6,29%............. ......................... - 8.7%
4 - TOMAR......................... .......+6,28%............... .......................-10,5%
5 - Ourém......................... ...........+6,25%......................................- 3,0%
6 - Santarém...................... .........+6,05%......................................- 4,8%
7 - Barquinha..................... .........+5,84%......................................- 3,9%
8 - Entroncamento................. .....+5,71%......................................- 0,03%
9 - Ferreira do Zêzere.................+5,42%.....................................- 9,5%
10 - Chaves........................ .........+5,16%.....................................- 8,8%
11 - Évora......................... ...........+5,05%.....................................- 5,4%
12 - Torres Novas........................+ 4,80%.....................................- 7,0%
13 - Abrantes...................... .........+4,53%....................................- 12,6%
14 - Constância.................... ........+4,23%....................................- 6,3%
15 - Ponte de Sor.........................+ 4,12%....................................- 8,8%
16 - Leiria........................ ...........+3,92%....................................+1,4%
17 - Chamusca...................... .....+3,88%...................................- 15,7%
18 - .Alcanena..................... .......+3,86%...................................- 10,0%
19 - Alcobaça...................... ........+3,71%..................................- 3,0%
20 . Batalha....................... ...........+3,20%..................................- 1,6%
21 - Óbidos........................ ...........+2,26%...................................+1,4%
22 - Albufeira...............................+2,21%...................................+8,2%
Esta tabela não representa todo o país. Apenas alguns concelhos da costa e do interior. Em todos os concelhos representados há mais mulheres que homens, desde + 2,21% em Albufeira a + 7,08%, em Caminha.
Há um conjunto de 11 concelhos nos quais as mulheres predominam, de mais 5,05% em Évora, a +7,08% em Caminha. Esta diferença mulheres homens parece indicar forte emigração individual, como no caso de Ourém, tradicional fonte de emigração para a Europa central desde os anos 60 do século passado.
Tomar está bastante mal classificada, 6,28% mais mulheres que homens e mesmo assim uma perda de população de 10,%% em dez anos, apesar de ser um importante centro turístico
Comparando com Albufeira, Évora, Alcobaça, Batalha ou Óbidos, Tomar obtém sempre os piores resultados. A indiciar que a situação pode ser provocada não por falta de recursos, mas por erros e carências de governação.
Que cada leitor saque agora as suas próprias conclusões. Tarefa importante, pois os problemas resolvem-se debatendo, em vez de negar de facto a sua existência.
O saldo populacional é terrível, mas creio que a realidade é ainda pior porque neste censo contaram os Imigrantes/reformados que agora habitam o concelho, e não são poucos.
ResponderEliminarNo PORDATA consegue-se perceber muita coisa (e que ajuda a explicar o porquê de estar na situação atual, mas mais grave é a tendência futura - essa sim, é assustadora (e para quem governa ou quem tem intenções isso, não interessa falar):
ResponderEliminarhttps://www.pordata.pt/Municipios/Quadro+Resumo/Tomar-254046
2010 >>2019:
- índice envelhecimento 187 >> 261 (idosos / 100 jovens)
- nascimentos 307 >> 208
- saldo natural -188 >> -322 (diferença entre nascimentos e óbitos)
- escolas 76 >> 51 (preescolar+ básico)
- empresas não financeiras 4092 >> 3884
- trabalhadores empresas não financeiras 9361 >> 8598
Por outro lado, em 2020, dos 36.762 residentes no município de Tomar, 1.156 eram estrangeiros, mais 392 do que em 2009?
O saldo migratório é assim positivo (se não fosse isso, os números seriam ainda piores), e aqui existe uma oportunidade de captar população estrangeira (não necessariamente idosa.. mas por ex... o plano da Câmara para cobertura de fibra óptica de todo o concelho.. como vai, e o abastecimento de água potável, e rede de esgotos ?? )
(Fontes de dados: INE | SEF/MAI - População Estrangeira com Estatuto Legal de Residente Fonte: PORDATA )