quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 


Economia/Emprego/Fuga da população


Há muita falta de mão de obra qualificada por essa Europa fora

Estamos em pré-campanha eleitoral, bem sei, mas o que me apoquenta mesmo é a perda de 10,4% da população na minha querida terra, nos últimos dez anos. Continuo portanto a procurar as causas de tal fenómeno, cuja gravidade dispensa comentários. No LE MONDE online de hoje, encontrei vasta matéria para reflexão, que não traduzo por ser demasiado longa e enfadonha para o leitor comum. Quem conseguir ler francês de forma escorreita, pode tentar ler aqui:
https://www.lemonde.fr/economie/article/2021/08/25/logistique-hotellerie-batiment-a-travers-l-europe-la-grande-penurie-de-main-d-uvre_6092263_3234.html
Os outros vão ter de se contentar com apenas duas ou três citações e uma conclusão de Tomar a dianteira 3.
Na rubrica "Economia-Emprego", o título do Le Monde é bastante apelativo, sobretudo para jovens em busca de futuro: "Logística, hotelaria, construção civil e obras públicas, por essa Europa fora há grande penúria de mão de obra qualificada." 
O primeiro parágrafo da longa reportagem fará crescer água na boca a muito boa gente, podendo bem mostrar uma das causas da acentuada fuga dos tomarenses durante os últimos dez anos: "Com a  retoma económica da primavera, desconfinamento a quanto obrigas, Adrew Baxter explica que não teve alternativa: "Fui forçado a aumentar o salário dos meus cinquenta camionistas TIR em 20%, simplesmente para não se irem embora." O director-geral da Europa Worlwide, uma empresa britânica de logística, nunca tinha visto uma coisa assim em 27 anos de carreira: " Se não os aumentasse, iam-se embora." Com as horas extraordinárias, a maior parte deles ganham agora à roda de 50 mil euros anuais.
Apesar das percentagens de desemprego continuarem um pouco acima das registadas antes da pandemia, na Europa e também nos Estados Unidos as empresas privadas queixam-se de grande falta de mão de obra qualificada. Na hotelaria, restaurantes e cafés, transportes, manutenção, construção civil e obras públicas, indústria, ajudas domésticas, saúde, limpeza, comércio e também informática, é grande a falta de candidatos aos empregos oferecidos."
Neste contexto, salvo melhor e mais documentada opinião, a principal vocação dos tomarenses, que parece ser a de funcionário público sentado, pode bem ser a causa da debandada geral. A reportagem do Le Monde nem sequer menciona a função pública e em Portugal já estamos muito bem servidos. O país conta agora com 735 mil funcionários, o que corresponde a 7,35% da população e em Tomar a autarquia dispõe de um funcionário para 65 habitantes.
Manifestamente sem vagas na área vocacional "funcionário público sentado, admitido mediante concurso com fotografia", na quantidade desejada, resta aos nabantinos mudar de vocação e ir arejar os sapatos para climas mais frios. 
Entretanto não se esqueçam de votar em Setembro como têm feito até agora. É com cada vez mais funcionários públicos, festas passeios e outros eventos à custa do orçamento, que vamos conseguir ultrapassar a crise demográfica. 
Só não vê quem não quer.

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