Autárquicas 2021
Cuidado com a complacência partidária
Respondendo aos "Inquéritos de Verão", uma secção do Cidade de Tomar, o meu prezado amigo e colega José Rogério, habitual colaborador daquele semanário, foi como sempre franco e consensual.
Sobre as próximas autárquicas considera que "o PS está melhor posicionado para vencer, apesar de algumas obras "fúteis", pois tem atraído várias unidades empresariais para Tomar." Quais, não disse. Lapso perdoável.
Pensa também, noutro passo, que "a candidata Anabela Freitas está melhor colocada e preparada para vencer as eleições, porque conhece e domina melhor os dossiers locais e regionais."
À pergunta "Defende que Tomar deve apostar preferencialmente no turismo?", respondeu afirmativamente, acrescentando que o sector "tem muitas lacunas em Tomar: estacionamento, sinalética, sanitários, parque de campismo, relva do Mouchão, poluição do Nabão."
Trata-se, sem margem para dúvidas, de posições típicas de um simpatizante e habitual eleitor socialista, atributos estimáveis, que são igualmente os deste vosso escriba. Sucede contudo que, desta vez, o problema é duplo. Temos, por um lado, a evidente decadência de Tomar e do concelho, mesmo se a actual maioria a não reconhece, para por ela não vir a ser responsabilizada, e, por outro lado, a arrogância sobranceira da maioria PS, bem como a manifesta alergia aguda a qualquer crítica, por mais fundamentada que possa ser.
Neste quadro sombrio, parece ser obrigação cívica de cada eleitor, sobretudo daqueles com maior bagagem cultural, pesar cuidadosamente três interesses nem sempre convergentes, antes de ir votar em Setembro. Trata-se do interesse partidário, do interesse pessoal e do interesse colectivo, da comunidade tomarense (cidade e concelho).
No que concerne a quem escreve estas linhas, feita essa indispensável ponderação, conclui-se que, apesar da simpatia partidária e pessoal, seria um erro votar PS em Setembro, porque isso só contribuiria para agravar ainda mais os problemas de Tomar. Com efeito, uma vez que os membros da actual maioria não aceitam críticas, nem nunca reconheceram que erraram e erram, se em Setembro conseguirem vencer, apesar de tudo, vão concerteza reforçar a ideia de que andaram sempre bem. E terão por isso tendência para cometer ainda mais erros graves no futuro. Sem os reconhecer como tais, bem entendido. Cesteiro que faz um cesto, faz um cento.
Parece portanto mais benéfico para os interesses da cidade e do concelho votar noutra gente. Conceder o benefício da dúvida a quem carece de experiência. Não premiar a arrogância, mas antes a coragem cívica de se candidatar num ambiente tão desfavorável.
Aqui fica esta singela chamada de atenção. Oxalá cada um saiba cumprir o seu dever cívico, da melhor forma para o concelho, que somos todos nós, e não só aquela minoria dos eventos do Mouchão.
Oxalá!
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