Largo de Cem soldos
Autarquia/Obras
Cada vez mais comida e menos mastigantes
A frase é tão conhecida que já nem necessita que se indique o respectvo autor. Refiro-me a "Em política o que parece é." Ignora o autor? Pois corra a actualizar-se, sob pena de perder definitivamente o comboio da informação.
É respaldado pela citada frase que passo a tentar descrever parte da realidade política local, naquilo que ela tem de mais condenável -a corrupção. Noutros termos, não disponho de provas, daquelas para apresentar em tribunal. Há porém indícios. Tratando-se de uma análise política, basta portanto que escreva o que parece. Porque "em política o que parece é". Sem nomes, é claro.
Antes já havia os casos da Várzea grande, da Nun'Álvares e da Linhaceira. Tudo obras algo atribuladas, cuja prioridade continua por demonstrar. Nos dois primeiros casos, acresce a enormidade dos custos. Prova disso é o facto da obra da Torres Pinheiro/Combatentes custar metade da Nun'Álvares. Duas pelo preço de uma. Algo estranho, não é? Sobretudo quando se tem em conta que o dono da obra é o mesmo e o empreiteiro também. Terá havido desconto, devido a pressão da concorrência?
Estávamos nisto quando a vereadora Célia Bonet -a excepção numa oposição impávida e serena- levantou, com um tiro figurado, outro bando de galinholas.
Anunciou que o PSD iria votar contra o início da obras no largo de Cem Soldos, porque a respectiva arrematação não foi parcelada, apesar do disposto na lei.
Como usualmente, a maioria PS esteve-se nas tintas para a contestatária laranja, limitando-se Anabela Freitas a afirmar que a lei invocada não impõe o pretendido parcelamento.
Encerrado assim o assunto na reunião do executivo, ficam por explicar alguns detalhes. O habitual. Qual a prioridade do largo de Cem soldos, em relação à estrada em Carvalhos de Figueiredo, por exemplo? Tanto dinheiro para umas obras tão modestas? Qual a motivação para a reclamação do PSD? Cada vez mais comida, para cada vez menos mastigantes, quase sempre os mesmos?
Noutro concelho mais dinâmico, escreveria "depressa as eleições, para ver se mudam pelo menos as moscas". Em Tomar não vale a pena. Salvo imprevisto sobressalto em Setembro próximo.
A natureza está assim feita. Os cavalos relincham, os corvos grasnam, os porcos roncam, os eleitores escolhem e os tomarenses põem a cruzinha onde lhes indicaram, quando ofereceram a gamela. Mudança? Deus nos livre de semelhante coisa!
Nunca beneficiou da gamela municipal/governamental? Já comprou os patins? E a mala? Convém equipar-se antes que esgotem, pois a procura está aumentando.
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