Política local/Autarquia/Oposição
Não há paciência para tanta infantilidade
Escreve-se infantilidade para evitar usar outro vocábulo, também terminado em "ilidade", que seria mais adequado. Pressionados pela opinião pública, os eleitos da oposição PSD vão agora procurando recuperar o tempo perdido. Questionam a maioria PS por tudo e mais alguma coisa. E assim é que deveriam agir sempre, para cumprirem a sua obrigação cívica.
Pouco ou nada habituada a estas atitudes da oposição, que considera descabidas, conquanto o não diga, para não chocar os potenciais eleitores, Anabela Freitas vai fazendo, a maior parte do tempo, uma triste figura. Sobretudo naquelas situações em que não se percebe muito bem se fala como presidente da Câmara, da Tejo Ambiente ou da CIMT, ou das três em simultâneo, ou só de duas. Ser tri-presidente é muito gratificante em termos pessoais, mas queima muito mais depressa. É um facto, não uma opinião.
O grande problema nisto tudo é que ainda a senhora não começou a explicar, já os da oposição estão convencidos de que não vai dizer a verdade toda, mas só algo parecido, e que não ponha em causa a actuação da maioria, nem do governo. O que dá nisto, por exemplo:
1 - Questionada sobre os dias em que várias povoações do concelho estiveram sem água, e porque demorou tanto a respectiva reparação, a presidente não se sabe de qual das 3 entidades explicou que tal se deveu a uma rotura ou avaria no Rio Fundeiro. Mas nada disse sobre o aborrecido e prolongado atraso na reparação. Para não ofender o pessoal dos ex-SMAS, que também vota.
2 - A respeito da obras em S. João Baptista, que ainda mal começaram e já estão atrasadas, diz o executivo que é por por causa da montagem de uma grua, e da saída do encarregado da obra. Sobre os motivos que complicam a montagem da grua, ou a inopinada mudança de encarregado, parecem considerar que são tudo coisas que não interessam, e que a oposição não tem nada que andar a meter a colher em sopa alheia.
3 - Mesmo numa matéria tão grave para a economia do concelho, como o encerramento do Prado e da Platex, a srª presidente manteve o seu tom agastado, com se estivesse a repreender crianças mal educadas. Perguntada pela oposição sobre a diferença de tratamento por parte do governo, que nada fez em Tomar para auxiliar as citadas fábricas, agora já desmanteladas, mas resolveu ajudar a também falida Dielmar, em Castelo Branco, a pedido da câmara local, Anabela falou muito bem, como habitualmente, mas usando uma linguagem senão infantil, pelo menos muito adequada para adolescentes ainda ignorantes das ratoeiras da vida. Esclareceu que a Câmara fez o que tinha a fazer, no quadro das suas atribuições legais. Admitir falhas? Errar? Assumir culpas? Criticar o governo PS? Que é isso? "Não há ninguém mais forte do que eu", disse a senhora há pouco tempo.
Desculparão o desabafo. Mesmo aqui tão longe, e considerando que só acredita que se vive bem em Tomar quem nunca viveu noutro sítio, não podendo por isso comparar, sente-se que já não há paciência para tanta infantilidade.
A vida política local sempre foi em Tomar muito fraquinha. Recordo-me de ter estado só dois anos, metade do mandato, como deputado municipal na bancada do PS, porque já não havia paciência para mais. Nem sequer renunciei. Resolvi nunca mais comparecer. Foi nos anos 80 do século passado. Quatro décadas mais tarde, escrever que a situação melhorou, ou mesmo que se manteve, seria uma redonda mentira.
E não me venham com histórias de recalcamentos e mais não sei quantos. Encarem a realidade com olhos de ver. Fui só eu que me exilei? Ora pensem lá um bocadinho. Pois é. Há muitos outros, que mantêm um prudente silêncio
É mau demais.. inenarrável, mesmo! A propósito dessa desculpa esfarrapada das obras na igreja de São João .. tive que ir ouvir, que - peço-lhe desculpa - não acreditava.
ResponderEliminarVer um Dono de Obra público a fazer estas figuras (e que saberá certamente que desde a data da consignação da obra, que a responsabilidade é do empreiteiro e esse é que tem que fazer pela vida, se não tem recursos técnicos ou humanos para fazer a obra, não deveria ter concorrido - ou melhor, em sede de análise de propostas, deveria ter sido identificado que o empreiteiro não tinha capacidade!
Então e o que dirão os outros Empreiteiros concorrentes a essa obra, ao verem que a empresa que ganhou já está a ser favorecida publicamente?
E a Fiscalização da obra que estará lá para defender a obra pública e o dinheiro dos contribuintes, ao ser-lhe retirado o tapete desta forma?
Com declarações destas, é bar aberto!
(o pedido de prorrogaçao de prazo e trabalhos extracontratuais já deve estar a ser preparado.. com Dono de Obra assim, até o Empreiteiro poderá pedir indeminização por ter que fazer valas menos fundas, já que só tinha recursos previstos para valas fundas.. é gozar com o povo, literalmente)