terça-feira, 27 de julho de 2021

 


Turismo/Economia local/Hotelaria

Na Guarda há um problema hoteleiro
Em Tomar há pelo menos três

Segundo o Expresso online, numa notícia que pode ler aqui:
https://expresso.pt/sociedade/2021-07-26-Governo-volta-a-por-Hotel-Turismo-da-Guarda-a-concurso-para-concessao-de-privados-ccefa58b
o governo volta a tentar concessionar a privados o Hotel de Turismo da Guarda. Trata-se de um belo edifício de 1936, da autoria de Vasco Regaleira, onde funcionou um hotel que fechou em 2010. A câmara local acabou por ficar com o imóvel, que depois conseguiu vender ao Turismo de Portugal, por 3,5 milhões de euros. Actualmente valerá metade. O governo pretende cedê-lo por 50 anos a uma entidade privada, mediante uma renda anual mínima de 35 mil euros.
A Guarda é uma bela cidade, com uma população ligeiramente superior à de Tomar, apesar de capital de distrito. Tradicionalmente conhecida como a cidade dos 4 F (forte, farta, feia e fria) tem uma bela catedral gótica, um centro histórico que vale a pena percorrer e uma gastronomia de fazer crescer água na boca.
Não tem todavia um monumento âncora turística, tipo Convento de Cristo, que averbava 300 mil visitantes anuais antes da pandemia. Talvez por isso, esta já é a segunda tentativa para entregar o hotel, encerrado desde 2010.
Entretanto em Tomar, apesar do Convento de Cristo - Património da Humanidade, dos Tabuleiros, do Nabão e da albufeira do Castelo do Bode, há 3 problemas hoteleiros que se arrastam sem fim à vista. No próprio Convento de Cristo, o ex-hospital militar, que ocupava a antiga enfermaria, foi extinto há mais de 20 anos. Desde então aquele magnífico conjunto está fechado ao público, a acumular pó.
A dada altura ainda se falou na hipótese de ali vir a funcionar uma unidade hoteleira, mediante prévia concessão a privados, tanto mais que confina a poente com a antiga hospedaria conventual, mas choveram logo as críticas. Vieram quase todas daquela gente da extrema-esquerda marxista-leninista, que não há meio de aceitarem que a dada altura se enganaram, mesmo se agora já votam noutras formações.
E a parte filipina do Convento de Cristo continua abandonada, aguardando melhores dias. O que nem surpreende quem se interessa por estas coisas do património. O tornado de há dez anos danificou o fecho da fachada sul do coro alto manuelino. Tal como ficou, assim está. Até quando?
Problema do governo, é verdade, mas se a Câmara não reivindica, em Lisboa haverá até quem nem sequer saiba para que lado fica Tomar. Onde subsistem dois problemas turistico-hoteleiros importantes. Trata-se da Estalagem de Santa Iria e do convento do mesmo nome.
Quanto ao edifício do Mouchão, ou muito me engano, ou após sucessivas tranquibérnias, que muito deram que falar, designadamente para as bandas de Leiria, passadas as eleições e o auge da pandemia, há fortes riscos de tudo voltar à estaca zero, devido a alguns excessos de apetite.
Os mesmos excessos que desde a era Paiva vão impedindo que o ex-Convento de Santa Iria e ex-CNA feminino deixem de ser meras ruínas. Apesar das sucessivas promessas de Anabela Freitas, que ainda a semana passada, questionada pela vereadora Célia Bonet, voltou a falar na hipótese Vila Galé. Como se os donos da cadeia hoteleira que tem, entre outras aqui no Brasil, uma unidade magnífica ali na Praia do futuro - Fortaleza - CE, fossem gente de largar a lã pelas balsas.
António Paiva deixou estabelecido que no antes citado conjunto deverá funcionar um "hotel de charme" de quatro estrelas. O problema é que, antes de haver mudanças radicais de perspectiva, tanto no caso da Estalagem como no outro "l'encadrement n'est pas du tout charmant, bien au contraire".
Citando os índios aqui do Ceará: "São brancos, que se entendam!"

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