Política local/Turismo/Autárquicas 2021

TURISMO 

ESSE DESCONHECIDO IDEAL 

PARA ILUDIR ELEITORES

Resolveu O Templário substituir a usual entrevista cara a cara, pelo envio de perguntas escritas e posterior recepção das respostas, igualmente escritas. É um modelo que tem a vantagem de ser mais rigoroso, e de dar menos trabalho ao jornalista, mas que em contrapartida não é nada espontâneo. Quem responde acautela-se, como é natural.

Na mais recente edição templária, uma das perguntas escritas é esta: "Na sua opinião o que poderá ser feito em todo o concelho de Tomar para melhorar a qualidade de vida de quem cá vive?"

(Repare-se na fórmula "qualidade de vida de quem cá vive". Os turistas ou visitantes não contam.)

A resposta, naturalmente bem meditada, começa com este parágrafo, tipo albergue espanhol tradicional. Cabe lá tudo:

"Em termos estratégicos propomo-nos intervir em três eixos [Demografia, Tecnologia e Turismo], sem prejuízo de todas as outras áreas."

Deixando a outros mais qualificados a demografia e  a tecnologia, o que diz o texto sobre o turismo? Isto:

-Criação de infraestruturas de apoio e mobilidade

-Regeneração urbana e requalificação de espaços rurais

-Promoção de Tomar como um pacote turístico com todas as suas características diferenciadoras alinhadas

-Plano estratégico para o turismo em Tomar

Não sendo a hora nem o local para longas dissertações sobre o turismo, esse desconhecido, resume-se a questão, ficando o resto para melhor oportunidade, se chegar a haver.

Turismo é um conjunto de prestações de outras áreas. Basicamente transportes, alojamento, alimentação, informação e animação. Por isso é tanta a confusão quando se fala ou escreve sobre o tema. Confundem-se as coisas.

Tomar já esteve em melhor posição, no tempo dos passeios anteriores ao turismo de massa. Havia nessa altura quatro produtos  que traziam turistas a Tomar, por esta ordem:

1º- O Convento de Cristo

2º - A Festa dos Tabuleiros

3º- O parque de campismo

4º-  A Céu das Algarvias

Restam-nos dois. A Câmara fechou o campismo, e a Céu das Algarvias deixou de ser promovida, não sendo mais o que já foi. Estamos melhor agora? Temos o Festival bons sons, em Cem Soldos, uma bela iniciativa que a câmara vai subsidiando, ao mesmo tempo que afirma ser contra o turismo dos mochileiros, a clientela do Bons sons. Incoerências.

O resto são quase só tretas de circunstância, para tentar iludir quem ouve ou lê.

Falta uma informação básica: A resposta citada acima, que pode constituir um bom começo para uma intervenção séria na área do turismo (finalmente!) é de Lurdes Ferromau Fernandes, cabeça de lista do PSD nas próximas autárquicas, a quem se deseja boa sorte, tal como a todos os outros.