domingo, 4 de julho de 2021

 


Autárquicas 2021

TÃO IGUAIS 
QUE ELAS SÃO

Refiro-me às candidaturas e não às candidatas, como é óbvio. Ainda que...
Conforme referido no artigo anterior, um dos perigos da próxima consulta eleitoral é a elevada abstenção. Isto porque, apesar de haver sete formações a concorrer, a escolha não é nada óbvia, mesmo para quem ande mais metido nestas andanças. À partida aparece logo a questão central -Vou votar para quê? Naturalmente para que a formação que escolhi vença e possa governar.
O problema é que, tendo em conta o hábito, que nestas coisas tem muita força, em Tomar só há duas hipóteses. Ou o PS ou o PSD. Surge então o dilema. Se o PS já mostrou ao longo de oito anos que não dá mais, nem serve para gerir a autarquia em termos de futuro, e a fuga da população aí está para o lembrar,  o PSD também já deixou ver que nem oposição é capaz de fazer, quanto mais agora governar.
Dirão os adeptos laranja que é uma crítica exagerada, uma vez que estamos numa terra onde muito raros são os que aceitam um reparo. Mas estão enganados. Toda a opinião pública da região sabe que o PSD-Tomar, com a notável excepção de Célia Bonet, se lá não estivesse, no executivo, a maior parte do tempo nem se notava a ausência. Basta clicar aqui para confirmar:
https://omirante.pt/cavaleiro-andante/2021-07-04-Oposicao-fofinha-em-Tomar-5d3ffa20

Que fazer então? Há duas hipóteses. A primeira consiste em dar o benefício da dúvida aos social-democratas., tendo em conta que os actuais eleitos não fazem parte da lista candidata, o que até é pena no caso já antes citado de Célia Bonet. E os elementos da lista até não envergonham ninguém. Pode ser que com um bom programa. e boas ajudas...
A outra possibilidade é orientar-se para o voto numa das cinco outras forças concorrentes. Mas aí há que ter cuidado, para não confundir gatos com lebres, nem bexigas de porco com lampiões eléctricos. Do Volt, pouco se pode dizer. Parece gente jovem e despachada, mas são estreantes e por isso ninguém sabe que resultado possam alcançar. A vitória seria uma enorme surpresa, até para eles, estou certo.
O CDS tem um excelente candidato e muito entusiasmo, mas não conseguiu convencer o PSD a coligar-se. Feitios. Salvo enorme surpresa, é bem capaz de conseguir um bom resultado, porém insuficiente para vencer. Apenas poderá exercer influência, se as condições externas o propiciarem.
Tal como o Volt, também o Chega é estreante, todavia bastante mais encorpado. Nuno Godinho tem uma excelente imagem e o recente resultado da sondagem de Tomar na rede creditou-o como eventual vencedor. Pode ser uma boa escolha, embora a etiqueta de extrema direita seja bastante inibidora, apesar de Nuno Godinho não ter ar de ditador, nem coisa parecida. Há por aí quem seja bem mais autoritário, e se considere da esquerda pura e dura.
Restam o BE e a CDU. Gente séria e empenhada, com os seus princípios e os seus hábitos, já sabem e já se sabe que ganhar não ganham. Podem é conseguir mais ou menos votos, mais um ou menos um eleito. cabe aos eleitores decidir.
Para concluir, na minha humilde opinião, a três meses da consulta eleitoral, escrevo-o com muita pena: PS TENDÊNCIA DDT, NÂO. Jamais! Já mostraram o que valem e os resultados estão à vista. Compraram muitos votos, têm sempre razão, fazem tudo bem, nunca têm dúvidas e não aceitam ser criticados, embora se mostrem simpáticos e conversadores. Quanto às outras seis possibilidades, cada eleitor terá de escolher a menos má, caso não consiga, no seu entender, encontrar a melhor
E se mesmo assim não houver coragem para fazer a cruzinha no papel, o voto branco, o voto nulo ou a abstenção são atitudes cívicas com a mesma dignidade do voto útil. Depende do contexto.

1 comentário:

  1. A sua análise é interessante, mas não se esqueça que historicamente (e infelizmente) os votos são pelas cores que mais gostam e não pelas (capacidades) das pessoas e seus programas.

    Teremos que aguardar pelas listas e programas.
    No caso do PSD não concordo - teve meios (assentos) para fazer oposição, se não conseguiram seja por culpa própria ou bloqueios, deviam ter dado o lugar a outros mais combativos - política é assim, não é um jogo de dominó..

    As outras candidaturas apesar de haver a tendência (nacional) para extremismos (péssimo) devem ser equacionadas , porque lá está o que interessa é as pessoas e seus programas para o concelho.. é como diz, é escolher a menos má

    Sobre o PS - já se percebeu da opacidade e falta de cooperação, mas é importante para quem votou PS e contribuiu para essa maioria (dando as condições ideais para se governar) avaliar agora a execução do programa proposto em 2017:
    https://radiohertz.pt/wp-content/uploads/2017/09/Programa-aut%C3%A1rquico-Tomar-2017.pdf

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