terça-feira, 20 de julho de 2021

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Festa templária

Afinal o assalto ao orçamento tem sido anual

O escândalo dos espectadores com bilhetes gratuitos, mas pagos pela autarquia a 200 euros cada, para assistir a uma encenação de um assalto ao castelo, que em bom rigor histórico nunca existiu, é tão GRANDE que até a geralmente pacata e colaborante oposição se viu constrangida a questionar o poder. Fê-lo pela voz respeitada de Célia Bonet, e Anabela Freitas respondeu, de tal forma que acabou falhando o alvo -justificar o custo de 50 mil euros- mas facultando esclarecimentos valiosos:
https://radiohertz.pt/tomar-anabela-freitas-justifica-contratacao-de-empresa-de-santa-maria-da-feira-para-a-realizacao-da-festa-templaria/
Fica-se assim a saber que, desde 2013, início do 1º mandato,  ajudada por fundos europeus, cujo montante nunca foi revelado, a nossa querida presidente tem comprado um espectáculo pronto a exibir, a uma empresa de Santa Maria da Feira. Já houve, por conseguinte, seis edições do evento, dado que em 2015 e 2019 houve tabuleiros, manifestação também cara, e o dinheiro dos contribuintes não chega para tudo. O que soma nesta altura 5 x 100 mil euros + 50 mil este ano = 550 mil euros de despesa.
Uma vez que não há receita, visto os bilhetes serem gratuitos, impõe-se a pergunta: Para quê? Surpresa e das grandes, desta vez Anabela Freitas explicou. Inadvertidamente, mas explicou: -Para nos irem passando know how, savoir faire, saber hacer, saber fazer. Vejam bem. Desde há oito anos que uma empresa de Santa Maria da Feira (125.543 eleitores, população estável) vem a Tomar (34.031 eleitores, população em queda acentuada) ensinar a montar  uma feira medieval, coisa que na terra deles faz todo o sentido, basta ver o nome da cidade, mas em Tomar não passa de mais um pretexto para malbaratar dinheiros públicos, na disfarçada compra de votos, com o pretexto de promoção/animação turística. Acresce que na Feira as entradas são pagas, como por essa Europa fora, mas em Tomar são gratuitas, como em Cuba e na Venezuela.
Há dúvidas ? Os franceses do burgo de Puy du fou, comuna des Epesses, com 1.873 habitantes, têm vindo a organizar todos os anos, há mais de duas décadas, uma recriação histórica, orientada pelo conhecido historiador e escritor Philippe de Villiers. Mas coisa séria. Para criar riqueza. De tal forma que resolveram alargar a actividade a Espanha. Constituiram a empresa "Puy du fou España", compraram um vasto terreno nos arredores de Toledo, que transformaram num parque temático, com espectáculos de reconstituição histórica todos os dias, à tarde e à noite.
Como não são eleitos, nem pretendem viver de subsídios, espanhóis, franceses ou da UE, os gestores da empresa fixaram o custo dos bilhetes assim:

Entrada no parque temático
Com reserva antecipada Adulto 27 euros, Criança 19 euros
Sem reserva antecipada     "      36 euros, Criança  25 euros

Parque a partir das 17 horas e espectáculo nocturno
Com reserva Adulto 35 euros Criança 30 euros
Sem reserva     "      54 euros  Criança 44 euros

Como se constata, a falta que faz em Toledo o duo Anabela-Filipinha, para promover o turismo, fornecendo aos espanhóis e outros visitantes bilhetes gratuitos para espectáculos de reconstituição histórica, destinados a transferir know how , savoir fairesaber hacer, para os teledanos.
Santa ignorância! É como reza o dito popular: "A quem não sabe como se faz, até os tomates incomodam." Donde resulta outro anexim de lamentação: "Não fazem nem saem de cima."
Com uma curiosa e arreliadora contradição. A autarquia paga, neste caso a gente do norte, para virem ensinar aos tomarenses, mas quando há em Tomar quem já demonstrou que sabe elaborar (gratuitamente!) por exemplo processos de candidatura a património mundial, tendo já conseguido a classificação do Convento de Cristo, Anabela Freitas resolveu entregar a candidatura da Festa dos tabuleiros a um professor alentejano, pela módica quantia de 75 mil euros mais IVA. Ora toma! E dois anos mais tarde, ninguém parece saber onde raio pára esse processo.  Pelos vistos, a maioria socialista parece considerar que o know how comprado e de fora é que é bom. O nabantino é só esterco.
Melhor demonstração é impossível!

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