domingo, 18 de julho de 2021

 



Autárquicas 2021/Liberdade de informação


CUBA É LÁ MUITO LONGE, MAS ...

Foi notícia na semana passada a vaga de manifestações pacíficas de cubanos, cansados de 62 anos de ditadura comunista, por ali chamada castrista. Ao contrário do que possam ter pensado muitos leitores, não se tratou de reivindicar as chamadas liberdades burguesas: pluralismo partidário, direito de manifestação, liberdade de expressão, informação livre e plural, que lá não existem.
Infelizmente, o que levou os cubanos para as ruas, e provocou a subsequente repressão (mais de 500 detidos) foi algo mais básico. Reclamam simplesmente comida e medicamentos. Tão simples quanto isso.
Quem escreve estas linhas sabe do que fala. Esteve em tempos em Cuba durante três semanas, percorreu a ilha de ponta a ponta e partilhou durante uns dias a aldeia de férias de Guardalavaca, um refúgio de veraneio para os quadros do regime. Ali, munido da pulseirinha (na altura amarela) que permitia bebidas gratuitas sem limite e comida em selfservice, ouviu a célebre chalaça segundo a qual, com o castrismo, Cuba passou a ter apenas três grandes problemas -o pequeno almoço, o almoço e o jantar.
Teve até ocasião de confirmar que assim era de duas formas distintas.  1 - Olhando para os pratos dos comensais cubanos de Gardalavaca, a maioria dos quais só não levava mais comida por falta de taipais adaptados. 2 - Ouvindo nas igrejas e nalgumas artérias crianças, adolescentes e adultos estendendo a mão e dizendo a ladainha, pavorosa para um europeu: Ayuda! Tenemos hambre!
De maneira que, quem em Portugal queira apoiar Cuba, será melhor tentar ajudar os cubanos materialmente, em vez de culpar os americanos pelo embargo.
Entretanto em Tomar, em plena pré-campanha eleitoral, há comida e bebida com fartura, que a União Europeia não deixa ninguém passar fome, nem coisa que se pareça. Já quanto à liberdade de informar, de se informar e de ser informado, nem tudo vai pelo melhor, para não falar por enquanto na liberdade de manifestação, pois percebe-se cada vez melhor que paira um clima de medo. Quando se abordam questões de índole política, as pessoas denotam logo receio de represálias. E nos órgãos locais não abunda a análise política. Está mal!
Na área informativa, em sentido restrito, ainda é pior. Tal como sucede em Cuba e tentou fazer o Sócrates, em Tomar a informação local está praticamente toda controlada pela autarquia, que para isso vai pagando, intimidando, e mesmo banindo quando lhe convém.
Pelo menos uma candidatura já se queixou junto de Tomar a dianteira 3, referindo que a TOMAR TV, ligada à SIC mas subsidiada pela câmara, não respeita o obrigatório tratamento equitativo de todos os candidatos. Este vosso escriba não é provedor do cidadão. Pode no entanto aconselhar o recurso à CNE, Comissão Nacional de Eleições, que não deixará de tentar pôr os meninos na ordem. Cuba é lá muito longe, mas para tropelias adolescentes, já basta a sempre em festa.

3 comentários:

  1. Também em Tomar muitos foram partindo na procura de uma vida melhor... mas mesmo MUITOS (créditos ao trabalho do +Liberdade!):
    https://maisliberdade.pt/maisfactos/em-que-concelhos-aumentou-ou-reduziu-mais-a-populacao/

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  2. Quanto ao candidato CDS, não se compreende que utilize uma coluna de opinião que começou muito antes de ser candidato, sem opção politica, para agotra fazer ataques a concorrentes.
    A não ser que a coluna de opinião fosse já parte de uma estrategia de candidatura.

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    1. Era só o que faltava em Tomar! Um cidadão não poder emitir opinião ...na sua própria COLUNA DE OPINIÃO.
      Há alguma dúvida que, ao começar a escrever com regularidade, o agora candidato já tinha outras perspectivas?

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