quarta-feira, 7 de julho de 2021

 


Espectáculos

PORQUÊ NO MOUCHÃO SENHORES?
TENHAM DÓ DAQUILO!

Fiz um esforço para me abster, porém não consegui. Há coisas que ultrapassam o meu entendimento, e quando assim acontece, escrevo para tentar esclarecer na minha cabeça, já sabendo muito bem que, por parte da autarquia, na sua fase actual, o desdém é de prata, o silêncio é de ouro e a fingida indiferença de platina.. Pois continuem assim que vão longe, penso eu de que.
Em tempos de pandemia, e mesmo noutros mais saudáveis, porquê eventos culturais no Mouchão, que não dispõe de espaços para tal, salvo destruindo a relva? Será talvez influência do Congresso da sopa e  do seu iniciador, Manuel Guimarães. Mas esse era mesmo um homem de cultura.  Escolheu o Mouchão para fazer uma crítica política -a sopa dos pobres à porta da Estalagem Municipal dos ricos. 
Agora acampamento templário, numa mini-recriação histórica? Tenham paciência, mas é um atentado à inteligência, ao bom senso e ao bom gosto. Além de o espaço não ser o mais adequado, até em termos de disponibilidade real, há atropelos gritantes. Como o terreno relvado, os plátanos ou os chorões, espécies alógenas inexistentes na Europa na época templária, que por conseguinte falseiam o quadro. que se pretende recriar.
Dois outros aspectos me questionam. Uma vez que aquilo tem entradas grátis, apenas havendo bilhetes para controlar, qual o interesse de atrair muita gente, (argumento para justificar o Mouchão),  já que só podem assistir 60 pessoas de cada vez? Querem filas, como para a vacina ou no Congresso da sopa?
Outro detalhe algo insólito, como é lógico, um acampamento templário deveria ter lugar ou dentro do castelo ou junto às muralhas do mesmo. Porquê então o Mouchão, um simples local pantanoso na época templária? Porque não na antiga cerca casteleja? Porque não na alcáçova e jardim anexo? Porque o Convento de Cristo não autoriza? Mas então como explicar que sejam patrocinadores do evento, conforrme consta no cartaz? Só patrocinam desde que não os invadam, para não sujarem as instalações?
Tenho a impressão que o pelouro da cultura e as entidades a ele ligadas consideram que os tomarenses são assim umas crianças crescidas, que querem é festança, comezaina e empinar. Assim uma espécie de frequentadores de ATL para pseudo adultos, conforme vaticinou em tempo oportuno o ex-chefe de gabinete, baseado num saber de experiência feito, como no tempo das grandes navegações. O mesmo que mais tarde foi muito oportuno: "Votaram neles, não foi? Então agora queixam-se de quê?"
Será que em Setembro próximo os tomarenses vão apoiar estes desmandos, votando outra vez PS?
Como disse já não me lembro quem, desde que vi um porco a andar de bicicleta e três cães passeados num carrinho de bébé, já nada me admira.

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