domingo, 25 de julho de 2021

 


Autárquicas 2021/ Candidatura PS

Gente que pensa pouco 
e nem sempre bem

Ao que parece, terá surpreendido a reacção de Tomar a dianteira à evidente despromoção do vereador Helder Henriques. Assim consta das notícias frescas chegadas de Tomar. Não se entende porquê. Trata-se de um ilustre conterrâneo, brilhante oficial superior do exército, que não merecia semelhante ofensa, ainda para mais totalmente gratuita e portanto intencional.
Como é do conhecimento geral, em 2013, o PS ganhou inesperadamente, por uma margem inferior a 300 votos, e sem maioria absoluta. Anabela Freitas foi por isso forçada a solicitar um acordo com o vereador da CDU Bruno Graça, a quem entregou os pelouros que no seu segundo mandato vieram a ser de Helder Henriques.
Em 2017, mercê da eutanásia dos IpT, o PS ganhou de forma mais folgada, (uma diferença superior a mil votos), mas num contexto muito diferente de 2013, pois entretanto desaparecera, como já vimos, o terceiro contendor. Houve assim um partilha de sufrágios entre as duas grandes forças tradicionais, e só por isso foi possível aos socialistas conseguirem 4 eleitos em 7, o que permitiu a entrada do independente Helder Henriques, como vereador e tempo inteiro.
Para o seu eventual terceiro e último mandato, Anabela Freitas está confrontada com uma paisagem política muito diferente de 2017. Não há IpT, mas entretanto apareceram três novidades que tornam o desfecho final muito mais incerto. Os jovens do VOLT já demonstraram que trazem uma atitude nova e muito dialogante, que pode levá-los algures à roda dos mil votos.
O CDS  conseguiu um excelente candidato, muito calejado pela vida e com manifesta habilidade para a política. Não surpreenderia por conseguinte que conseguisse ser eleito, com uma votação entre mil e quinhentos e dois mil votos.
Finalmente o CHEGA, outro estreante, que obteve um brilhante sucesso na recente mini-sondagem do Tomar na rede. pode surpreender pela positiva, caso consiga ultrapassar os 2 mil votos, conquanto a hipótese de vitória seja agora mais remota, tendo em conta as atribulações várias, entretanto ocorridas na formação das listas, que tardam em aparecer..
Em semelhante contexto, à partida muito mais complexo que em 2017, Anabela Freitas pode vir a vencer, nomeadamente graças aos votos entretanto cativados todos sabemos como, mas não se vê como possa conseguir a maioria absoluta, tendo em conta a inevitável dispersão de sufrágios. Terá portanto, na melhor das hipóteses, três eleitos, caso vença, pelo que a despromoção de Helder Henriques só pode ter sido ou uma ofensa intencional, ou algo pouco ponderado, para agradar a uma amiga íntima, cujas hipóteses são muito remotas e se está apenas posicionando para 2025.
Se outra fosse a ideia, por exemplo afastar o actual vereador sem alarde, bastaria tê-lo deixado no mesmo 4º lugar de 2017, até por uma questão de mera decência. Assim como foi feita, qual a utilidade da manobra, para além de amesquinhar o visado? Se nem a promovida síndica do serralho parece ter grandes hipóteses de vir a ser eleita, qual a função prática de Helder Henriques em 5º lugar? Está-se mesmo a ver que é só para compor a lista. Como acontece com o ex-presidente da AM em 7º lugar.
Humilhado gratuitamente, mas mesmo assim obediente. Foram muitos anos na cadeia de comando, e isso deixa marcas indeléveis.

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