terça-feira, 13 de julho de 2021

 

Já de luto, mesmo antes de se finar. Premonitório?

Política local/Tejo Ambiente


CHAMA-LHE PUTA MINHA FILHA...

A fórmula supra é muito praticada no norte, sobretudo entre as peixeiras do Bolhão: Chama-lhe puta minha filha; chama-lhe puta, antes que ela te chame a ti! Pois assim parece que estamos em Tomar, no imbróglio Tejo Ambiente, com o devido respeito. No vale nabantino pessoas educadas pouco usam o vocabulário mais vernáculo, ao contrário do que acontece no norte, muito influenciado pelo galego.
No início criou-se uma empresa intermunicipal. Mais uma. Para atrair os municípios mais renitentes, prometeu-se que era coisa de poucas centenas de milhares de euros, uma ninharia no orçamento anual. Desprevenidos, serenos e confiantes, lá foram, como carneiros para o matadouro.
Menos de um ano depois aconteceu a degola dos inocentes. Cada um dos seis sócios da coisa, incluindo os dois maiorais, usuais condutores do rebanho, foi confrontado com uma obrigatória injecção da capital, que no caso de Tomar é de quatro vezes a participação inicial. Imagine-se a surpresa dos mais pequenos, que tudo ignoravam.
Em ano eleitoral foi, como se imagina, um forte murro no estômago, sobretudo nos quatro municípios com menos recursos (Barquinha, Ferreira do Zêzere, Mação e Sardoal). Surgiram então várias explicações, umas mais plausíveis que outras. Erro do EVEF, omissões várias, encargos não previstos, tudo serviu para procurar justificar o injustificável. Vistas as coisas de forma objectiva e sem paixão, a criação da Tejo Ambiente foi um embuste, no qual cada um dos dois sócios maioritários se deixou enganar, julgando que estava a enganar o outro. E para já ganhou o mais ratão. 20 milhões de euros para infraestruras de saneamento.
Com um começo tão atribulado, tornou-se evidente que alguns sócios da geringonça querem abandonar o barco. O descontentamento é particularmente visível em Mação e Ourém. Só não terão já saído por causa das eleições e de ignorarem qual seria a reacção da população.
Presidente da coisa por inerência, Anabela Freitas sentiu o vento da discórdia no rosto e simulou então ser corajosa até ao sacrifício supremo. (A velha táctica do futebol: a melhor defesa é um bom ataque.) Ou os outros mantêm o alinhamento nas fileiras, como na tropa, ou ela própria pedirá à Assembleia municipal que aprove a saída do Município de Tomar da Tejo Ambiente. Isto depois de ela própria, como presidente executiva da EIM, ter subscrito à pressa encargos da ordem dos 20 milhões de euros para com uma empresa do grupo Visabeira, desde sempre ligado ao PS. Estes contratos são usualmente uma excelente via de acesso a um emprego bem remunerado, uma vez terminados os mandatos autárquicos. Alexandre/Águas do Centro ou Carrão/Resitejo são dois exemplos locais.
Tudo não passa portanto de encenação. De teatro de má qualidade. Uma espécie de tragicomédia de refugo, que só agradará aos espectadores antes pagos para aplaudir. É mais um aspecto da evidente decadência tomarense. Já se desceu ao nível da palhaçada barata. 
Pobre terra que merecia melhor sorte!

2 comentários:

  1. Tragicomedia e palhaçada.
    É apenas isso, é é tudo isso.
    Se quisesem ser comdeiantes ou palhaços a custas deles, bom seria. Que fizessem a festa, ou a comedia, ou a tragedia.
    É mau, todavia, pois é à custa do contribuinte, que somos todos nós.
    Bem dizia a Senhora Thatcher, acerca da brilhante maneira de governar dos socilistas: com o dinheiro dos outros, enquanto não se acabar...é facil.
    Mas o caso tem contornos obscenos. Desde os erros do "estudo" inicial aceitee e saufragados por esta Administração, até às falsas ameaças melodramaticas de abandono, é muito triste.
    Nós vamos pagando...

    ResponderEliminar
  2. Também é bom ver o que os vizinhos dizem sobre este assunto https://www.am-ourem.pt/uploads/2021/05/delib-amo-0213.pdf

    Apenas 1/3 da populacão do concelho Tomar tem acesso a rede de esgotos domésticos.. .. e isto já vem do século passado, mas ainda assim mesmo podendo usar esta empresa para fundos comunitários nada é feito (projetos/ concursos lançados, etc)

    é mais uma empresa para mais uns poleiros, e assim se vai passando o tempo, uns com uma vida governada e os outros que se aguentem (ou vão-se embora)

    ResponderEliminar