quarta-feira, 14 de julho de 2021

 


Política local/Tejo Ambiente

EM OURÉM É OUTRO  ESTILO

Já estou a ouvir os lambe-botas à roda da gamela: -Lá vem este gajo chatear outra vez com aldrabices sobre a Tejo Ambiente. Arre que é demais!!!
Pois é, caros conterrâneos descontentes com Tomar a dianteira 3. Antes de mais, um esclarecimento indispensável, para bem situar as coisas: Escrevi  caros conterrâneos, não por consideração, mas apenas por educação e como informação. É que realmente vocês ficam bem mais caros que eu, por causa dos subsídios e outras prebendas. Mas podem opinar à vontade, de preferência dizendo o que pensam e não o que vos mandam dizer.
Segue-se que por aqui nunca se escrevem aldrabices. Dados menos verdadeiros, por falta de informação, é possível. Opiniões divergentes e incómodas, de certeza. Vigarices nunca. É sempre a verdade, tal como Tomar a dianteira 3 a vê.
Feita esta introdução demasiado encorpada, passa-se ao essencial. Tomar a dianteira 3 esteve a ler a minuta da acta da reunião da AM de Ourém de 28 de Abril passado, referente ao défice da Tejo Ambiente. É outro estilo. E outra gente.
Além do presidente da câmara, estiveram presentes o eng. director-geral da empresa e o director financeiro, que deram todas as explicações solicitadas pelos deputados municipais. Em Tomar, como sabemos, apenas compareceu a presidente executiva, que pouco explicou.
A proposta camarária de transferência obrigatória de 735 mil euros (em Tomar foram 812 mil euros, embora Ourém tenha mais 9 mil eleitores e portanto mais consumidores), foi aprovada por unanimidade, tal como a respectiva minuta da acta, uma coisita de 13 páginas. Em Tomar, passado um mês, já há minuta aprovada e publicada? Onde?
Como sempre acontece, da discussão livre nasce a luz, e tal aconteceu na AM de Ourém. Enquanto em Tomar os srs. deputados municipais se entretiveram nos usuais jogos florais de fraca qualidade, ficando todos contentes com a aprovação da proposta para que haja uma auditoria externa à Tejo Ambiente, cujo efeito prático será comparável ao de uma viola a tocar atrás de um enterro, mesmo que venha a ser concluída antes das eleições, o que é pouco provável, em Ourém houve representantes do povo procurando esclarecer o que está para vir e vai mexer nos bolsos dos consumidores, mesmo dos que não são funcionários.
Um dos deputados municipais revelou que, de acordo com o artigo 65º da Lei nº 50, qualquer empresa com capitais públicos, (incluindo as intermunicipais), que registe resultados negativos em três anos consecutivos, será obrigatoriamente extinta.
Um bico de obra! Porque se a Tejo ambiente sofreu um rombo superior a 2 milhões de euros logo no primeiro ano, como vai conseguir resultados positivos nos dois anos seguintes? Naturalmente aumentando as tarifas e os alugueres de contador. Um dos representantes da empresa reconheceu que a legislação em vigor permite esses aumentos, acrescentando que a Tejo Ambiente vai procurar poupar também noutros sectores. Pois! Em Tomar o conjunto água + taxas já é mais caro que em Abrantes, Torres Novas ou Entroncamento. Com o que aí vem, vai ser um problema, com mais gente a fugir do concelho. O que já está mau, vai piorar.
Respondendo a um deputado municipal, que abordara antes a questão do parque automóvel demasiado luxuoso,  um dos técnicos da Tejo Ambiente esclareceu que é mesmo assim bastante mais barato que o anterior, citando o caso de um concelho onde cada viatura dos SMAS que ia para reparação, custava sempre 1.350 euros. Não disse qual era o concelho, mas todos perceberam.
Entretanto em Tomar, a grande preocupação, muito bem camuflada pelos interessados, é que não haja demasiadas ondas daqui até  às eleições. Depois logo se vê o que acontece. Até porque a Tejo Ambiente tem pelo menos uma vantagem. Compram a água em alta a 48 cêntimos/metro cúbico, mas têm de continuar a honrar os anteriores contratos dos SMAS-Tomar, a 65 cêntimos/metro cúbico, que não são negociáveis no quadro legislativo actual. Em Tomar é só vantagens. Para os de fora. Não para os residentes. Adivinhem quem são os culpados e porquê.

1 comentário:

  1. Em Ourém é outro estilo .. e andamento, vejamos:

    1. Tejo Ambiente tem em curso 5M€ de obras para novos ramais no concelho de Ourém, sendo que boa parte desses novos efluentes serão encaminhados para a ETAR de SEIÇACHEIRA (designação do autor..), aquela em que o seu emissário já tinha uns problemas..
    https://tejoambiente.pt/arquivo/8285

    2. ..Problemas esses que supostamente foram identificados numa auditoria encomendada pela Tejo Ambiente, mas que claro está é segredo do estado:
    https://www.base.gov.pt/Base4/pt/detalhe/?type=contratos&id=6401215
    Tejo Ambiente ainda em 2020 (https://www.youtube.com/watch?v=wDbSM-dtYIE) informou que já tinha o projeto para resolver o problema das ETARs do Nabão, com custo de 22M€ (que não se sabe qual problema, apenas que é em Ourém e que resolve o problema de Ourém..)

    3.Enquanto isso, a Sabacheira tendo no seu território uma ETAR de referencia (...), não a pode utilizar, os seus fregueses e eventuais interessados em sê-lo (caso hajam..) tem que custear do seu bolso fossas sépticas e sua manutenção, o mesmo se aplica aos desgraçados fregueses de Além da Ribeira, Pedreira, Carregueiros, Junceira..
    Essa auditoria se calhar também terá identificado que suiniculturas, aviários, descarregam as suas lagoas de resíduos em alturas em que ninguém desconfia e tirando partido do maciço calcário e dos seus algares..
    E que estes esgotos devem ser tratados em ETAR's especificas , industriais, com os respectivos custos serem desses utilizadores e não de todos

    4. O problema gravíssimo da rede de abastecimento de água em baixa servida pela Mendacha em que +250km de rede estão entupidos com argilas (que segundo Tejo Ambiente necessitam de investimento de 8M€), corresponde a +4000casas na Sabacheira, Pedreira, Carregueiros, Beselga parte da Madalena e de S Joao Baptista.. estes são do terceiro mundo e não sabem..
    A Tejo Ambiente deixou de pagar a água ao fornecedor em alta (mas os consumidores continuam a pagar à Tejo Ambiente... e as obras da nova ligação em alta desde Choromela que já deviam ter acabado, não irão resolver..)
    Nem basucas, nem Poseur, nem nada.. estas populações vão ter que continuar por muitos anos a comprar agua engarrafada ou irem servir-se a fontes de água em Ourém (custos da interioridade, só pode)

    5. Dados abertos: em Ourém, qualquer pessoas sabe onde estão todo o tipo de equipamentos RSU, tudo e georeferenciado:
    http://websig.cm-ourem.pt/index.php?page=rsu

    Em Tomar, o sítio oficial do município apresenta um link que já não funciona desde 2017 para.. rotas de recolha de RSU.. fantástico
    http://www.cm-tomar.pt/index.php/pt/viver/higiene-limpeza

    Na Tejo Ambiente impera a opacidade (não se sabe a cobertura das redes, trabalhos em curso, calendarizacao de projetos e investimentos futuros.. para além do mencionado no R&C:
    https://tejoambiente.pt/wp-content/uploads/1.-Relatorio-e-Prestacao-de-Contas-2020-1.pdf

    Sabendo-se que essa informaçao existe (cadastros das redes, marcos incendio, RSU's, etc) já obtida via CM Medio Tejo, porque razão não é pública??

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