terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Vida local

Não se trata de relacionar, mas de saber ver

Tomar sempre foi uma terra de gente autoritária, intolerante,  devido à grande influência dos militares, dado ter sido durante décadas uma das mais importantes cidades de guarnição. Paradoxalmente, praticamente desaparecidos os militares, a tendência autoritária acentuou-se, sobretudo nos últimos dez anos. O melhor exemplo é a maioria socialista do executivo. Funcionam em pírâmide, em regime de "quero posso e  mando" e não ouvem ninguém que não seja da cor. É a chamada política dos sitiados: o poder cercado pelos seus inimigos, que nunca aceita ouvir, a não ser para cumprir a agenda legal.
A melhor prova de que assim é na verdade, reside no facto de os visados nem sequer terem argumentação para demonstrar o contrário. Limitam-se em geral a afirmar "dizem mal de tudo", "só sabem dizer mal", "é só má língua", e outras de igual profundidade filosófica, mas jamais um princípio sequer de explicação visando contradizer os críticos.
Nas sociedades autoritárias, como Tomar, os agentes titulares da autoridade pública, ou são apoiados e isso choca com a ideologia socialista e com os seus apoiantes, ou são de facto desautorizados sempre que fazem detenções e o poder judicial determina a libertação imediata do arguido, muitas vezes sem sequer explicar porquê nem para quê. Foi particularmente posta em causa nos últimos tempos a sentença que absolveu as três ciganas, ladras reincidentes bem identificadas numa loja da Corredoura. Absolvidas porquê? Havia e há provas, testemunhas, factos incontroversos, porquê então? Para não traumatizar a etnia?
Olhando para este e outros casos, os PSP e os GNR, vão-se questionando: Se é assim, que andamos nós cá a fazer, com vencimentos de miséria? Só para o governo, e outros eleitos maioritários, poderem dizer que há autoridades? Perdida assim a auto-estima, entalados entre a missão ou o dever a cumprir e as gargalhadas dos detidos de facto inimputáveis, traumatizados, não restam grandes opções aos agentes da autoridade. E quando algum deles começa a perguntar "que ando eu aqui a fazer?", geralmente já é demasiado tarde... Como foi o caso.
Talvez por isso, segundo informações convergentes de vários quadrantes, PSP, GNR, professores, médicos e enfermeiros, desde há anos que só aceitam vir trabalhar para Tomar quando não há outra hipótese. Porque será?


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