terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Montagem fotográfica, mostrando como ficarão os painéis, indicados no esquema em baixo. Este corresponde ao bico do lado esquerdo da imagem seguinte


 

Plano de hospitalidade turística

QUEIMAR FUNDOS EUROPEUS EM VÃO

Em 2019, ainda no mandato anterior, na sequência de críticas sobre a carência de estruturas de acolhimento local, a presidência da Câmara fez algum alarido com a colaboração em rede e a elaboração de um Plano de Hospitalidade Turística, sob a égide do Turismo do Centro, envolvendo os locais Património Mundial, ou seja: Alcobaça, Batalha, Coimbra e Tomar.
O tempo foi passando, o PS voltou a vencer em Tomar em 2021, mas do tal Plano de Hospitalidade, nem ditos nem modos. Até que, quatro anos mais tarde, o PSD teve a feliz iniciativa de requerer novas sobre o dito projecto. A presidência camarária levou mais de quatro meses, mas lá acabou por responder (legalidade e quanto obrigas), e a documentação foi enviada também aos outros grupos parlamentares da oposição, uma excelente ideia que permitiu a Tomar a dianteira 3 ler o processo em diagonal.
No que se refere a Tomar, foi coisa em grande, arrematada por ajuste directo a três empresas. Duas são unipessoais e a outra é uma consultora, Lda. IVA incluído, a empreitada conjunta deverá ter custado à roda de 300 mil euros, só em Tomar, financiados a 85% pela UE. Segundo o próprio documento, "as actividades propostas visavam a criação de ferramentas de apoio aos agentes turísticos... ...bem como a disponibilização de um conjunto de serviços... ...reforçando a atractividade e a retenção dos turistas na região." Nada especialmente urgente ou útil para o caso de Tomar.
Para que dúvidas não restem, são indicados logo mais adiante "os três objectivos principais a alcançar com a realização do projecto":

1 - "Aumentar a expressão do turismo na promoção de Tomar, através do destaque e trabalho da sua imagem;

2 - "Desenvolver um projecto de sinalética turística do município;

3 - "Capacitação de recursos humanos do Turismo de Tomar e dos agentes turísticos."

Confirma-se assim que se tratou de uma despesa em grande parte supérflua nesta fase, com a notável excepção do projecto de sinalética, realmente uma das lacunas locais. Infelizmente, o respectivo estudo de implantação, formalmente muito bem feito, denota um desconhecimento quase total da actividade turística. A sinalização proposta é demasiado densa (ver imagem), as dimensões e os materiais não são os mais adequados, e os percursos são nalguns casos equívocos.
Resumindo a situação, entende-se o que levou a presidência da Câmara a nunca mandar colocar a sinalização. Por um lado, a sua produção (não incluída no contrato inicial) não será nada barata, e por outro lado os locais de fixação carecem em muitos casos de revisão. Tenha-se em conta que estamos a falar de 18 Totens com 160X50X8cm, 17 placas metálicas de 40cms X 20 cms, 3 MUPIS e 156 painéis diversos, com 120mm X 1300mmX13mm, em materiais que terão de ser revistos, sob pena de rápida destruição por vandalismo.
Temos assim, no essencial, mais um caso de queima de fundos europeus em vão, o que dá muito jeito às empresas envolvidas, mas contribui muito pouco para o progresso do concelho. É pena. Mas trata-se tão só de mais um lamento, sabido como é que a presidência da Câmara nunca quis aprender, e que mesmo se agora quisesse, já seria demasiado tarde. Estas coisas levam o seu tempo, (estamos a falar de 2019), e 2025 é já ali adiante. Foi mais uma oportunidade perdida. Outras virão.


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