sábado, 18 de fevereiro de 2023

 

Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.

Política local

PASSADEIRAS E ASNEIRAS 

NUMA CIDADE CONDENADA

Tomar na rede foca hoje a incómoda situação das passadeiras para peões, com buracos, com remendos em alfalto, ou  mal pavimentadas. São apenas a parte visível do iceberg, a limpeza e manutenção urbana. A parte omitida são as ervas nas ruas, o lixo que não é recolhido quando devia, as sarjetas sem sifão nem limpeza periódica nem desinfecção, o estado lamentável do Mouchão,  a falta de desratização, os buracos na calçada aqui e acolá. Tudo coisas que não estando propriamente escondidas, são em geral omitidas porque a população não repara. Vai-se habituando. Vão-lhe dando música para entreter. É muito difícil pôr os funcionários municipais a trabalhar, mas fácil ir contratando músicos para criar ambiente. Mesmo na informação local e regional.
Quem se dê ao trabalho de analisar a situação tomarense no último meio século, fica algo embasbacado. A tendência é para cada vez mais pessoal camarário e menos tarefas a desempenhar. A Câmara tem agora perto de 600 funcionários, mais do dobro em relação a 1975, mas muito menos tarefas a desempenhar. A água foi concessionada, a luz foi vendida,  a recolha do lixo foi concessionada, o campismo fechou, a manutenção dos jardins foi em parte entregue a privados, os sanitários foram encerrados e custam a reabrir. Mas só o Departamento de Obras municipais, que em 1975 nem sequer existia, tem agora 11 engenheiros, 11!
Se a tudo isto juntarmos o êxodo local, o panorama torna-se dramático. De acordo com os dados oficiais, nos últimos 10 anos desapareceram dos cadernos eleitorais tomarenses perto de 8 mil eleitores. Alguns morreram, infelizmente. Mas os restantes, quem eram? Porque emigraram? Para onde foram? Não se sabe, nem parece haver vontade de saber. As respostas podiam muito bem não ser agradáveis para os instalados.
Uma coisa é certa, porém. Os funcionários públicos em geral não emigram, e os aposentados-pensionistas também não. Não têm razões para isso. A comida é boa e não falta o tintol, nem festarolas. Nada acontece por mero acaso.
Temos assim um concelho com cada vez mais dependentes do Estado e menos iniciativa privada. Com o inconveniente de a maior parte dos dependentes serem "ex-funcionários ou funcionários sentados". Que não produzem valor acrescentado. Exactamente como acontecia nos países comunistas europeus, antes de implodirem.
Por conseguinte, vão-se regalando com os votos, os vencimentos, as mordomias, as jantaradas, as festarolas e as passeatas, mas preparem-se para a tal implosão, que vai ser forte e prejudicar muita gente. Já faltou mais...

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