domingo, 5 de fevereiro de 2023

 



Panorama de Hong Kong

O mais antigo casino de Macau, do tempo da administração portuguesa, que findou em 1999. No átrio de cada andar de acesso às salas de jogo, tem uma magnífica exposição de esculturas de jade, da colecção do falecido dono Stanley Ho, que tinha passaporte português.

Economia

Turismo, promoção e retorno

Tem provocado acesa discussão o custo elevado do altar-palco e outras obras para a JMJ, prevista para Agosto, em Lisboa e Loures. Trata-se obviamente de um falso escândalo, fomentado pelo PS contra o social-democrata  Moedas, para tentar desviar a atenção mediática dos sucessivos problemas governamentais. O presidente da Câmara de Lisboa anunciou logo que era uma excelente promoção turística, com retorno praticamente garantido, solicitando apesar disso uma revisão geral de preços.  Entretanto o vento  amainou, com os socialistas a ficarem mal na fotografia. Afinal esteve gente PS envolvida na candidatura de Lisboa à JMJ, que agora obriga às tais despesas consideradas faraónicas...
Aproveitando a boleia, Rui Moreira, o autarca do Porto,  também criticou as despesas ocasionadas pela JMJ, alargando às festas e outros eventos "com o país a cair aos bocados nalguns bairros sociais". Muita parra e pouca uva, como é usual na política à portuguesa. O que está afinal em causa é saber se compensa ou não promover o turismo, e aí não há dúvidas: vale sempre a pena desde que antes se proceda a um rigoroso cálculo custos-benefícios, o que  no caso da  JMJ está facilitado. Basta indagar junto das entidades responsáveis pelas  anteriores edições do mesmo evento. 
O problema é que ninguém ousa, com medo de surpresas menos agradáveis. Em Madrid, por exemplo, também foram gastos milhões de euros, porém sem recurso ao orçamento público. o que indica que a alegada promoção deve compensar. Não consta que as entidades privadas que financiaram o evento sejam todas beneméritas...
Neste contexto, a CNN - Brasil noticiou hoje que Hong Kong, ex-colónia inglesa agora território autónomo chinês, decidiu oferecer 500 mil passagens áreas gratuitas, para relançar o turismo. Os bilhetes serão oferecidos aos cidadãos de determinados países com maior poder de compra e com a imposição de compra de um mínimo de noites de hotel e outros serviços. Seguem assim o exemplo dos casinos de Macau, que desde sempre oferecem a passagem marítima gratuita de e para Hong Kong, a todos os jogadores. Macau é a capital do jogo, com vários casinos, alguns superiores a Las Vegas, e o jogo é proíbido na antiga colónia britânica.
Em conclusão, parece fora de dúvidas que a promoção turística compensa largamente, desde que adequada e a preço realista. É evidente, por exemplo, que a recente representação tomarense na feira de turismo de Madrid -FITUR- com stand próprio e tudo, foi mais uma asneira, com contornos de megalomania, porque Tomar não tem nada para vender que interesse ao turismo internacional estruturado, para além do Convento de Cristo, que na alta estação dificilmente comportará mais visitantes. Agravando a situação, nem sequer dispõe de condições mínimas de acolhimento, pelo que cada visitante dificilmente volta ou fará boa publicidade. Nestas condições, gastar dinheiro para quê? Para o pessoal do turismo municipal ir passear até à capital espanhola, com tudo pago e ajudas de custo? Aguardemos o respectivo relatório -que não tardará- para termos uma ideia mais substantiva.

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