sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023



Vida local

Incerteza, medo, violência e desinformação

Na sequência de recentes agressões nocturnas, a presidência da Câmara veio tentar pôr água na fervura. Dado que Tomar a dianteira 3 tinha mencionado um clima de medo, mandatada pela autarquia, a Rádio Hertz publicou uma notícia cujo título me deu vontade de rir: "Tomar - Criminalidade. Concelho é o segundo mais inseguro do Médio Tejo, mas o número de ocorrências tem baixado nos últimos anos." Ou seja, não estamos nada bem, mas não se queixem. Podia ser bem pior.
Com a sua conhecida capacidade para baralhar as pessoas, de forma a iludi-las, a presidência da Câmara foi mais uma vez muito eficaz. Garantiu que tanto a GNR como a PSP deram conta de que "não há um aumento do número de crimes". Baralhou tudo. Primeiro porque, na linguagem policial, há crimes, delitos e outras ocorrências, pelo que "não haver aumento do número de crimes" não significa de modo algum que não tenha aumentado a violência urbana, com delitos e outras ocorrências menores.
Depois, porque grande parte das ocorrências nem sequer é comunicada às autoridades, pois as pessoas sabem que "não serve de nada". Um pleonasmo que diz muito. De resto, Tomar a dianteira 3 nunca falou de criminalidade. Limitou-se a escrever atmosfera de medo, clima de incerteza, o que não é bem a mesma coisa.
A mostrar que algo não bate certo nas declarações camarárias, dois dias depois, em 10 de Fevereiro, O MIRANTE foi acutilante, apesar de manter excelentes relações com a autarquia nabantina:
"NOITES DE VIOLÊNCIA EM DISCOTECA DE TOMAR -Em dois fins de semana consecutivos, um espaço de diversão nocturna foi local de agressões, que causaram ferimentos graves. Executivo de Tomar está preocupado com insegurança."  Como imagem, faz lembrar aqueles filmes do velho oeste americano, as chamadas "coboiadas". Só que em Tomar é mesmo a doer. Que o digam os agredidos.
O poder nabantino não há meio de entender que a enganar as pessoas nunca se consegue ir muito longe. No caso, com uma agravante: o facto de ser do domínio público que os socialistas não têm qualquer estratégia para Tomar, além da manutenção no poder, não é crime, nem delito, mas contribui fortemente para a insegurança na cidade e na concelho. Ninguém gosta de saber que  a Câmara ignora para onde vamos, ao sabor das circunstâncias.


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