sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Centro de Saúde de Ourém, que não tem um hospital semelhante ao de Tomar.

Cobertura médica

Enganar as pessoas 

para as manter ignorantes, não cura ninguém

 https://radiohertz.pt/tomar-ha-2354-pessoas-sem-medico-de-familia-num-registo-percentual-bem-abaixo-da-realidade-atual-do-medio-tejo/

Segundo a Rádio Hertz, no link supra, a directora do Agrupamento dos Centros de Saúde do Médio Tejo avançou números preocupantes (embora não pareçam) sobre  a assistência médica que (não) temos. Durante o recente debate " O estado da saúde no concelho", organizado pela Assembleia Municipal, a senhora afirmou que há nos concelhos de Tomar e Ferreira do Zêzere 2.354 pessoas sem médico de família, num universo de 43.324 inscritos. Bem melhor, acrescentou dizendo de outra forma, que noutros concelhos, nomeadamente em Ourém, com 15.000 utentes sem médico de família.
Antes de mais, o processo que consiste em levar os cidadãos a acreditar que "não estamos bem, mas há quem esteja muito pior", cheira a Salazar que trezanda, sendo inaceitável em democracia, salvo quando se pretenda formar cidadãos conformistas. Segue-se que a infeliz comparação com Ourém nem sequer é muito honesta, por dois motivos. Primeiro porque não faculta o universo de utentes, num concelho que tem agora mais sete mil eleitores que Tomar, quando em 1997 era Ourém que tinha menos sete mil que Tomar. (Ver quadro da crónica anterior). Segundo, porque noticia o Jornal de Leiria que afinal não são 15 mil sem médico de família, mas mais de 10 mil, o que não é bem a mesma coisa.
https://jornaldeleiria.pt/noticia/em-ourem-mais-de-10-mil-pessoas-nao-tem-medico-de-familia
Admitindo que a senhora esteja cheia de razão e que lhe pareça agradável estarmos mal, mas sabendo que outros estão ainda pior,  ultrapassada a questão dos números , temos um outro problema, pelo menos tão importante como a cobertura médica. Trata-se da chamada sangria demográfica, bem evidente nesta comparação Tomar - Ourém.
Havendo realmente apenas 2.354 utentes sem médico de família em Tomar e 15.000 em Ourém, qual ou quais as explicações plausíveis para a fuga da população tomarense, com melhor cobertura médica que Ourém, cuja população não só se mantém como até vai crescendo? Em 1976, Tomar tinha 32.438 eleitores inscritos, e Ourém apenas 27.035. Em 2022, Tomar tinha 33.706 e Ourém 40.778. Porquê? Terá algo a ver com o facto de Ourém ter agora Leiria como hospital de referência, em vez de Abrantes ou Tomar?
Não me venham outra vez com o argumento de Fátima, que já enjoa. Como bem sabem os que se interessam por estas coisas, o santuário e as peregrinações existem desde 1918.

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