domingo, 12 de fevereiro de 2023

 


Assistência hospitalar

Urgência cirúrgica e Euromilhões

https://radiohertz.pt/tomar-anabela-freitas-reafirma-vontade-de-voltar-a-ter-a-urgencia-medico-cirurgica-no-hospital-continuamos-a-pressionar-nesse-sentido/

A notícia é do mês passado (23 de Janeiro), mas tornou-se muito actual porque é ainda mais fantasista, nesta altura de dificuldades por esse país fora. A presidente da Câmara afirma continuar a pressionar no sentido de obter o regresso da urgência médico-cirúrgica ao Hospital NS da Graça, que em certos aspectos começa a ser uma desgraça.
Uma de duas. Ou a senhora acredita mesmo naquilo que afirma, e então é totalmente irrealista, ou está apenas a tentar endrominar os eleitores, como aliás é hábito seu. À cautela lá vai dizendo que "Não vai ser fácil." Como se alguém pensasse o contrário.
Se acredita mesmo no que afirma, está no seu direito, dado que até há cada vez mais gente a jogar no Euromilhões, e porque não? Pode calhar... Se, pelo contrário, está apenas na politiquice barata, a vender ilusões, aqui fica a minha condenação. Quero crer na primeira hipótese, o que me leva a mais algumas considerações sobre o tema, para que não se riam de nós por esse país fora, como uma tribo de excêntricos.
A Câmara está a pressionar, com que argumentos? População? Está a regredir. Economia? Está em recessão. Aumento da procura? É cada vez menos, devido à migração para centros urbanos mais acolhedores. Recursos humanos qualificados e disponíveis? Não há. 
O que nos salvou durante um certo tempo foi o concelho de Ourém, mais populoso que Tomar, e apesar disso sem grande hospital, que era por isso obrigado a enviar os doentes para Tomar. Logo que Ourém conseguiu passar a ter Leiria como hospital de referência, as nossas hipóteses de vir a recuperar a urgência médico-cirúrgica praticamente desapareceram. A situação é o que é. Não adianta disfarçar.
Havendo cada vez maior carência de recursos humanos qualificados no SNS, de tal forma que começam a encerrar por turnos alguns serviços importantes, até agora em serviço permanente, faria algum sentido voltar a ter uma urgência médico-cirúrgica em Tomar, para meia dúzia de ocorrências semanais a certas horas? Somos um pequeno concelho, de 40 mil habitantes. Há na faixa costeira freguesias, cada uma com mais população que o concelho de Tomar, não constando que alguma delas reivindique um hospital com urgência médico-cirúrgica.
Em conclusão, no meu entendimento, o mais adequado será assumir a situação e deixar-se de vender ilusões aos mais crédulos, e entretanto ir procurando apurar as causas da decadência de Tomar, para poder depois encontrar soluções. Desde que a senhora presidente ocupa o cadeirão dos Paços do concelho, em 9 anos portanto, desapareceram de Tomar 3.600 eleitores, a maior sangria humana da região em termos percentuais. Porquê? Eis a questão fulcral. O resto é praticamente conversa para ir mobilando até 2025.

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