Provedor do munícipe
UMA BATATA QUENTE PARA O BLOCO E A CDU
Após duas derrotas judiciais, previsíveis porque nem um caso nem o outro tinham base suficiente, a presidência municipal lá conseguiu finalmente uma vitória. À terceira tentativa, conseguiu aprovar a candidatura Pereira a provedor municipal, por 4 a 3. Na segunda-feira de carnaval, o que lhe dá ainda maior credibilidade, como se calcula.
Falta agora o voto favorável da Assembleia Municipal, onde assim à primeira vista a vitória socialista está longe de garantida. O PS dispõe de 9 deputados municipais, mais 5 presidentes de junta, num total de 14 votos. O PSD tem 8 deputados municipais, mais 4 presidentes de junta, num total de 12. O problema é que quase certamente o Chega e o CDS, com um deputado cada, vão votar com o PSD, e teremos um empate a 14. Restam então 4 votos "soltos". Um presidente de junta e 1 deputado, num total de 2 para a CDU, 1 deputado para o BE e o presidente de Junta da Serra-Junceira.
Admitindo que o presidente de Junta possa votar PS, mediante acordo prévio, há desempate e maioria socialista, mas só com a abstenção da CDU e do BE. Será mais uma vez possível, como aconteceu com o tarifário da Tejo Ambiente? É difícil porque, conquanto normais, tais negociatas, tipo toma lá dá cá, deixam sempre marcas indeléveis em termos eleitorais. As pessoas ainda não esqueceram o caso do antes referido tarifário, inesperadamente aprovado graças à abstenção da CDU e do BE, posição que ninguém entendeu, tratando-se de adversários acérrimos da Tejo Ambiente, que perderam assim uma excelente oportunidade de forçar uma nova negociação do preço da água à saída das torneiras.
Acresce que a situação eleitoral local da extrema esquerda, é muito problemática. Tanto o BE como a CDU já conseguiram no concelho mais de 1.500 votos cada, mas agora estão reduzidos a 432 e 433 votos, respectivamente. Vão mesmo assim aceitar negociar o voto com o PS ? Logo se verá, mas o panorama não é brilhante.
Nas legislativas de 2022, logo a seguir às autárquicas, apesar de largamente ultrapassados pelo Chega, que conseguiu 1.906 votos, o BE conseguiu duplicar em relação às autárquicas (990 votos) e a CDU aumentou para 697. A mostrar claramente que há um problema de confiança a nível local, no que à extrema-esquerda diz respeito. E eventuais negociatas para eleger o provedor, não vão ajudar nada. Pelo contrário.
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