terça-feira, 7 de fevereiro de 2023




Política local

Ó tempo! Ó costumes!

TOMAR – Habitantes de Cardelas acusam Câmara de ter comprado terreno muito acima do valor de mercado e de estar a fazer obras em casa «ilegal» | Rádio Hertz (radiohertz.pt)

Ó tempo! Ó costumes! Que também podia ser Que época! Que costumes! Ou, mais prosaicamente, "Isto é que vai uma crise!!!" Tudo para evitar o popularucho, mas certeiro "A Câmara da bandalheira", como já se ouve por aí. Repare-se. Uma população tradicionalmente calada, começa agora a lastimar-se, quando a desgraça lhes bateu à porta. Enquanto foi só com os vizinhos de outras freguesias, tudo bem. Quando nos bate à porta é que é uma chatice.
Após erros e mais erros, enganos e mais enganos, equívocos e mais equívocos, a Câmara, atrapalhada com a necessidade de realojar com urgência o pessoal do Flecheiro que ainda resta, para poder arrelvar a área,  cometeu mais uma ilegalidade. Comprou uma propriedade rústica, com uma casa ilegal, para aí realojar mais uma família calé. Normal seria portanto que os confinantes refilassem, destacando a ilegalidade da coisa e a futura vizinhança. Mas não.
O que a notícia destaca é o elevado preço pago. 45 mil euros, quando o normal teria sido 4 ou 5 mil. Mas é como em tudo na vida. Sendo ilegal, é sempre mais caro. Senão, não valia a pena a trafulhice. O que os cidadãos mencionados na notícia revelaram sobretudo, foi inveja. Um atributo muito difundido no concelho. Conforme o provérbio centenário "Nunca o invejoso medrou, nem quem à sua beira morou".  Nestas condições, "Com' é que querem qu'esta merda progreda?", perguntava certo presidente de junta, já falecido.
Quer isto dizer que os queixosos não têm razão? De modo  algum. Significa apenas que estão cheios de razão e de argumentos, mas escolheram o mais condenável -a inveja mesquinha.
Se assim não fora, teriam talvez avançado contra a posição ridícula e incoerente do vice-presidente. Aqui há semanas, lastimou-se que o ex-estádio municipal nunca teve licença, pelo que oficialmente não existe e portanto não podem nele fazer obras de melhoramento. Vai-se a ver, a Câmara acaba agora de comprar um terreno com uma casa, que também nunca teve licença e por isso oficialmente não existe, mas na qual a mesma Câmara anda a fazer obras, porque lhe interessa. Ilegalidade mais evidente ainda, quando se sabe que, num terreno ao lado, a Tejo Ambiente já recusou ligar a água, por ser um terreno agrícola, mas agora no terreno comprado pela Câmara já vai ligar, embora a casa seja clandestina e o terreno igualmente agrícola. Com mais esta tranquibérnia, se não é a Câmara da bandalheira, então é o quê?






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