quinta-feira, 29 de abril de 2021

 




Poluição do Nabão

QUEM SÃO AFINAL OS POLUIDORES?
DE QUE TIPO DE POLUIÇÃO ESTAMOS A FALAR?

António Rebelo

A mim ninguém me cala com promessas, sobretudo em época de pré-campanha. É ver feito para crer. Na questão da poluição do rio Nabão, continuo aguardando dados novos, que infelizmente nunca mais aparecem. É só teatro de marionetes.
Ao cabo de meses e meses de insistência do ambientalista Américo Costa, e mais de dois anos após umas anunciadas análises à àgua, cujos resultados completos nunca foram publicados, apesar das promessas da srª presidente, lá se acabou por saber que a principal origem poluidora pode ser a ETAR de Seiça, na freguesia da Sabacheira.
Pouco tempo decorrido, um dirigente da entretanto fundada EIM Tejo Ambiente, com sede em Ourém, mas presidida pela Câmara de Tomar, o que é pelo menos curioso, anunciava que, com um investimento da ordem dos 22 milhões de euros, resolvia-se 75 a 80% do problema. Restaria esse remanescente de 20, 25% por resolver.
Por essa mesma altura, a presidente da Câmara de Tomar admitia, pela primeira vez em público, que além da ETAR havia quatro outras fontes poluidoras, sem todavia as identificar. O que facilitou singularmente a tarefa do presidente da câmara de Ourém, que aproveitou a ocasião para declarar que se calhar a poluição não vinha da ETAR, bastando olhar para a água do Nabão no Agroal.
Nesta dúvida quanto às outras fontes poluidoras e quanto aos resultados das análises de há quatro anos, Anabela Freitas avançou que não identificava as quatro fontes poluidoras no concelho de Tomar, porque a APA -Agência Portuguesa do Ambiente- nunca as revelara. E poucos dias mais tarde aproveitava a vinda do ministro do Ambiente à Asseiceira, onde veio inaugurar uma obra da EPAL e anunciar outra, para dele conseguir o anúncio do tal investimento de milhões, para resolver 75-80% da tragédia do Nabão.
Com tal aceleração do caso, foi criada na AR uma comissão, que questionou e ouviu a APA no passado dia 27. Aparentemente de surpresa, a mesma agência governamental, cujo relacionamento com a Câmara de Tomar nunca terá sido dos melhores, pediu para se encontrar com Anabela Freitas, o que terá ocorrido no dia 28. Resultado da queixa ao ministro? Pressão da opinião pública?
A julgar pelas posteriores declarações da presidente da Câmara de Tomar, terá havido esclarecimento mútuo e uma ampla troca de ideias. Como esta infomação da APA, que me parece magnífica: Há entre a nascente do Nabão, em Ancião, e Tomar, pelo menos onze potenciais origens de poluição, algumas das quais já foram fiscalizadas. Só algumas, ao fim de tanto tempo? O pessoal da APA tem assim tanto que fazer?
Quanto aos resultados das análises à água do Nabão, e à identificação dos quatro focos poluidores além da ETAR de Seiça, vamos ter de aguardar melhores tempos.
Será só impressão minha, produto do meu alegado mau feitio, ou os senhores políticos andam apenas a tentar adormecer o pessoal até às eleições, e mesmo os tais 21 milhões nunca mais vão aparecer? O desastre ambiental da ribeira dos Milagres, em Leiria, a menos de 50 kms de Tomar, há dezenas anos por solucionar, e que até já teve verba milionária atribuída,  que acabou por ser devolvida, deixa qualquer um desconfiado.

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