segunda-feira, 19 de abril de 2021

 



Foto tomar na rede

Opções camarárias

ATÉ AS ÁRVORES PADECEM ESCUSADAMENTE

António Rebelo

Nos tempos da meninice do escriba, a Várzea grande ainda não tinha o padrão filipino onde ele está agora, nem o palácio da justiça. Havia, isso sim,  duas fiadas de árvores em cada um dos lados. No lado sul, (o mais próximo da rodoviária), sobressaiam dois grandes ulmeiros multicentenários, um em cada canto, com copas de mais de dez metros.
As árvores das duas fiadas foram cortadas, aquando das recentes obras milionárias, encomendadas por uns autarcas que se convenceram, ou foram convencidos, que a Várzea grande tem de ser uma praça, por uma questão de "maior centralidade", seja lá isso o que for. Maneiras de ver.
Os dois ulmeiros citados tinham na base do tronco  um banco de madeira em forma de quadrado,  e foram abatidos nos anos cinquenta do século passado, quando a autarquia se mostrou incapaz de mandar debelar uma moléstia que os atacara.
A nova ornamentação do antigo largo da feira, deixa perceber que as floreiras em pedra que suportam as árvore também podem servir como bancos de forma quadrada. (ver foto) É certo que não haverá sombra, nem agora nem quando as árvores crescerem, porque são de médio porte, creio eu (ver adenda)  e porque o sol nunca está na vertical da terra. Assim, só de noite se poderão aproveitar os imponentes bancos. De dia só servem para enfeitar. Percalços de quem congemina projectos.
Uma vez que Tomar a dianteira 3 é publicado sobretudo para memória futura, cabe salientar uma outra inconveniência, no que concerne às árvores escolhidas. De copa alta e pouco ampla, irmãs de algumas que em tempos havia na Rua Lopo Dias de Sousa e junto aos correios, é bem possível que lhes venha a acontecer algo parecido com as antes referidas, e com as tílias da avenida Melo e Castro, ou do hospital. Que não durem muito tempo, mesmo com rega automática, devido a excessiva exposição do tronco aos raios solares, o que queima a casca e provoca acentuado definhamento. 
Ainda não tinham reparado? Pois tenham a bondade de olhar com atenção para as árvores do lado norte da rua Lopo Dias de Sousa, e verificar que há muitos troncos parcialmente sem casca, na face virada a sul. Outro tanto acontece na avenida Melo e Castro, nas faces viradas a poente.
Plantam árvores oriundas de climas mais frios e depois dá nisto. Até as árvores padecem escusadamente, vitimas da ignorância reinante. 

ADENDA
Esclareceram-me entretanto que as árvores escolhidas são jacarandás. Se assim é, falta saber de que tipo, pois há 31 variedades de jacarandá, de pequeno, médio e grande porte. Ou seja, há jacarandás que não ultrapassam os 2/3 metros, e outros que podem crescer até mais de 20 metros. A maior parte são plantados sobretudo para aproveitamento da madeira. Os tipos mais conhecidos são: Jacarandá mimoso, jacarandá da Baía, jacarandá do cerrado, jacarandá rosa e jacarandá violeta.
Há que aguardar, para saber que tipo nos saiu na rifa.

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