terça-feira, 27 de abril de 2021

 



Tropelias do cisne Gualdim

PAVOAS E PAVÕES É QUE ERA

António Rebelo

Tem sido o cabo dos trabalhos para acabar com a solidão do cisne Gualdim, que parece julgar-se dono do Nabão, escreve o Tomar na rede:
Percebe-se. Solitário há longos anos e com o nome do fundador, o cisne mostra-se muito nabantino, que é  como quem diz pouco ou nada sociável. Só não ostenta um ar macambúzio, tão tomarense, porque não tem rosto.
Uma vez que as sucessivas tentativas para lhe arranjar companheira e companhia têm fracassado, era capaz de ser melhor escolher outras aves, mais sociáveis. Pavoas e pavões, por exemplo, menos elegantes mas muito mais vistosos que o Gualdim. Espetaculares mesmo!
Podia-se até ir um pouco mais longe. Tendo em conta o novo hábito camarário de homenagear tomarenses no 1º de Março, por um lado, e o feitio dos autarcas, que gostam muito de dar nas vistas -o conhecido penacho- por outro lado, podíam-se homenagear os autarcas,  colocando no Nabão, ali na zona da Ponte velha,  um total de 10 exemplares, cinco pavoas e cinco pavões. 
Cada uma das aves seria batizada com o nome de uma ou de um eleito do executivo, consoante o caso. Nesta altura, por exemplo, teríamos a pavoa Anabela, o pavão Hugo, a pavoa Filipa e o pavão Helder, pelo PS, quatro aves tipo pavão rosa. Teríamos também o pavão José, a pavoa Célia e o pavão Luis, trés aves tipo pavão laranja, pelo PSD, ou PS BIS, como consta por aí. 
Para evitar futuros casos de rebeldia, provocados por falta de companhia, haveria três aves, laranja e rosa, com nome de acordo com as circunstâncias.
Durante todo o ano, as aves viveriam no Nabão, ou no parque do Mouchão. No dia da cidade passeariam pela Corredoura e Praça da República, previamente adornadas com milho, para grande alegria dos visitantes fotógrafos, que agora são praticamente todos. Poderiam mesmo ir passear até à Alameda, mas para isso seria preciso mais milho. Como nos subsídios. Mesmo assim, quanto não valeria nas redes sociais uma selfie urbana, com uma pavoa ou um pavão ao lado? Quase tanto como com um tabuleiro ao lado ou à cabeça. Mas os tabuleiros custam muito mais milho, porque são mais de 500, e não só dez.
É claro que se trata apenas de ironia, como todos já perceberam. Ainda assim, nunca fiando. É melhor assinalar, não vá dar-se o caso de haver equívocos. Como é uso dizer-se, uma pessoa sabe o que escreve, mas ignora o que cada um vai ler. A interpretação é livre.

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