sábado, 10 de abril de 2021

 


Incremento do turismo


NÃO SÃO LOUCOS MAS...

António Rebelo

Disse uma vez Einstein, o pai da teoria da relatividade, que "loucura é fazer sempre a mesma coisa e esperar obter resultados diferentes".  Exactamente o que tem vindo a fazer, desde 2013, a actual maioria autárquica PS. Repetem as mesmas receitas gastas e esperam conseguir resultados melhores que os anteriores.
Na área do turismo tem sido uma desgraça. Não dispondo de técnicos qualificados, que mesmo no mercado português são raros,  resolveram dedicar-se à pesca de ideias. Ouviram falar em sinalização turística e zás, vá de celebrar um ajuste directo com uma empresa unipessoal do sector, (cuja experiência na área não é grande, de acordo com os elementos recolhidos), para implementar uma sinalética turistica da cidade. Parece haver porém uma confusão semântica. Sinalização turística indica os vários percursos para chegar a determinado monumento ou curiosidade. Sinalética turística identifica o monumento ou curiosidade. Tem a sua diferença.
No recente lançamento do novo site turístico municipal, o alegado especialista contratado falou de colocar junto a cada monumento ou curiosidade uma espécie de totem como sinalética. Pode ser boa ideia, mas não lhe auguro grande duração. Ou porque não resiste ao clima, como já aconteceu a outros suportes, ou porque é demasiado tentador para os vândalos. Como aconteceu há pouco na Srª da Conceição:
https://tomarnarede.pt/sociedade/placa-informativa-da-ermida-de-na-sra-da-conceicao-desapareceu/
De qualquer forma, não é disso que a cidade precisa no estado actual das coisas, nem isso vai contribuir para incrementar o turismo. Faz bastante mais falta a tal sinalização dos caminhos possíveis, por exemplo. Para evitar que os turistas andem de olhos nos telemóveis, em vez de apreciarem o património, que foi para o que vieram. Mas sobre isso ainda não ouvi dizer nada.
No fundo, esta questão do desenvolvimento turístico, da qual os senhores autarcas já ouviram falar, sem contudo saberem bem de que se trata afinal, é muito semelhante a qualquer outro desenvolvimento de produto industrial. Um automóvel por exemplo. Completo tem milhares de peças. Algumas fundamentais, como o motor, o volante, a caixa ou as rodas e os assentos, outras dispensáveis dependendo das circunstâncias.
Passa-se o mesmo com o incremento do turismo local. Para o despoletar, o melhor será começar pelo motor, o volante, a caixa e as rodas. Pouco ou nada adianta preocupar-se numa primeira fase com os puxadores das portas, por exemplo. É todavia o que está a fazer a autarquia. Tendo-lhe constado que há um plano de desenvolvimento turístico local, e não tendo conhecimentos para saber por onde começar, anuncia qualquer coisa em qualquer altura, numa clara tentativa de endrominar o eleitorado. Percebe-se, porque estamos em ano eleitoral. Mas não se aceita, porque está em causa o futuro económico da comunidade tomarense.
Já os latinos diziam "se quereis saber, consultai os especialistas". E não é especialista quem quer. Há que mostrar credenciais. Quais são as dessa empresa contratada, que fez o novo site com lacunas, e fala em instalar a sinalética, na área de desenvolvimento do turismo? Para que autarquia ou autarquias já elaboraram um plano de desenvolvimento local do turismo? Em que áreas do turismo é que têm experiência profissional no terreno? Que diplomas universitários em turismo apresentam? De que entidade?
Vêm aí as eleições e na campanha eleitoral aparecem sempre perguntas inconvenientes. Há que estar preparada/o.

2 comentários:

  1. A competência nunca fez mal a ninguém.
    A incompetência aleija a todos.
    Bom seria que a Camara Municipal, e quem a dirige, e os seus Serviços, buscassem a competência.
    Talvez seja tarde de mais, todavia.

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  2. Concordo consigo.
    Mas nunca é tarde para começar a reparar os erros. O que me parece estranho, para dizer o mínimo, é a srª presidente ter recebido uma proposta para a elaboração de um plano local de desenvolvimento turístico, e nunca sequer se ter dado ao trabalho de responder. Estamos assim. Não é bom sinal. Sobretudo em ano de eleições.

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