sexta-feira, 30 de abril de 2021

 



Autárquicas 2021


UM PROJECTO CREDÍVEL PARA 4 ANOS 
VAI DECIDIR A CONTENDA

António Rebelo

A cinco meses das próximas autárquicas, qual é a situação geral em Tomar? No habitual quadro de manifesto desinteresse por tudo o que cheire a política, são já conhecidos cinco cabeças de lista. Falta o da CDU, quase de certeza Bruno Graça.
Ao contrário de eleições anteriores, temos desta vez dois bons candidatos, cujos resultados são pouco previsíveis, mas vão quase de certeza provocar mossas nas formações em princípio ganhadoras. Refiro-me aos candidatos do CHEGA e do CDS. Tanto um como outro inspiram confiança, por serem diplomados de cursos técnicos de elevado gabarito. Um já reformado, outro ainda em plena carreira, ambos são mais de fazer que de dizer, e os tomarenses começam a estar cansados de promessas e outra conversa fiada.
O único óbice é que nem um nem outro têm grandes hipóteses de vencer, a julgar pelos resultados anteriores. Se alcançarem um vereador cada um, já será algo nunca antes visto em Tomar.
Seguem-se os candidatos BE e CDU que, por muitos bons que sejam, enfrentam uma situação pouco propícia. Numa eleição com seis listas, não me parece que possam eleger para o executivo, mesmo que consigam fazer excelentes campanhas eleitorais, apoiadas em magníficos programas. A maioria dos seus eleitores está na freguesia urbana e aí, com os sufrágios a dividir por 6, as melhores reputações vão pelo Nabão poluído abaixo.
Os dois partidos habituais vencedores estão também à partida em posições pouco invejáveis. Apresentam cabeças de lista que são vistas como duas faces da mesma moeda. Ambas funcionárias públicas, ambas técnicas superiores de emprego, ambas mães de família, ambas na casa dos 50, ambas loiras, ambas elegantes...
É certo que Ferromau Fernandes tem mais gabarito académico. É licenciada em Economia, pela Universidade Nova, enquanto Anabela Freitas não chegou a concluir a licenciatura em Recursos humanos, no Politécnico de Tomar. Mas a candidata socialista já tem dois mandatos, durante os quais terá adquirido experiência preciosa, (embora os resultados alcançados nem sempre sejam muito abonatórios), enquanto Lurdes Fernandes se tem ficado pela presidência da Junta de S. Pedro.
Acresce uma exigência implícita do eleitorado. Dado que uma das duas será, quase de certeza, a futura presidente da Câmara, os eleitores querem poder conhecer antes o projecto para quatro anos que cada uma terá de apresentar. Porque se resolverem ficar-se, como habitualmente, pelas belas palavras e as boas intenções, então tudo está em aberto. Até uma abstenção como nunca se viu em Tomar nas autárquicas. E naturalmente resultados inesperados.
Não é só o CHEGA que deve apoquentar. É também. e sobretudo, o clamor popular Chega de conversa! Mostrem o que vão para lá fazer, além dos vencimentos e da compra de votos.
É uma maçada, mas vai ser mesmo assim. O povo também vai aprendendo. Devagar, mais vai.

ADENDA
Alguns dirão, ou pensarão, que os projectos/programas não servem para nada, porque ninguém os lê. Até prova em contrário, é evidente que, não havendo programas ou projectos, então é que ninguém lê, mesmo que queira.

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