Autárquicas 2021
CONTINUA O TEATRO ELEITORAL
António Rebelo
Continua o teatro eleitoral, vulgo pré-campanha eleitoral. Numa clara acção de apoio à presidente-candidata socialista, esteve ontem na Asseiceira, nas instalações de tratamento de água da EPAL, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes. Veio presidir ao acto de inauguração de pequenos melhoramentos, e ao anúncio da construção de uma mini-hidrica, ao lado de Anabela Freitas e de dois secretários de Estado.
As instalações da EPAL na Asseiceira tratam a água captada no Castelo do Bode, que depois abastece Lisboa, onde é facturada aos consumidores finais a um preço inferior ao que pagam os tomarenses. Vantagem da capital, azar do interior, devido à incompetência dos SMAS e agora da TEJO AMBIENTE, presidida por Anabela Freitas.
Alertado pela câmara, CIDADE DE TOMAR enviou Ana Isabel Felício, chefe de redacção, que findo o acto oficial questionou o membro do governo sobre o problema da poluição do rio Nabão.
À primeira pergunta, Matos Fernandes disse-se conhecedor do problema, e asseverou que o "plano dos 22 milhões" será incluído no próximo quadro comunitário de apoio, o qual será lançado logo depois do ERR, ou "bazuca".
A outra pergunta sobre o previsível início das respectivas obras, o ministro respondeu de uma forma que não deixa dúvidas a ninguém: "Os donos da obra não somos nós, é a própria autarquia, mas há todas as condições para que ainda este ano possamos iniciar os processos referentes à resolução do problema."
Por outras palavras, o ministro mostrou estar convencido de que se trata de uma obra da câmara de Tomar, quando afinal é da de Ourém, e afastou qualquer hipótese de obras, ou mesmo de candidatura aprovada, antes das próximas eleições.
É sempre assim. Em Leiria, (8 PS, 3 PSD, 133.592 eleitores, contra apenas 34.031 em Tomar, 4 PS, 3 PSD), o drama da poluição recorrente da ribeira dos Milagres e do rio Lis, já dura há 40 anos e continua sem solução, apesar das sucessivas promessas, sempre antes de eleições. Promessas leva-as os vento.
Outro tanto acontece em Tomar com vários outros projectos, como a requalificação do Palácio Alvim, o novo parque de campismo, ou a recuperação para hotel do antigo convento de Santa Iria, por exemplo.
Quando é que os eleitos-candidatos deixarão de agir como se os tomarenses fossem afinal umas criancinhas, que começam a salivar logo que ouvem falar de doces, que não tencionam dar-lhes?
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