Resposta a um pedido de esclarecimento
sobre "Há cada coincidência!", de 15/09/2022
Prezado leitor:
Prezado leitor, porque era assim que o autor gostaria que fossem todos: francos, sinceros e destemidos. Mas é pedir demasiado, numa cidade pequena, num Mundo feito de uma infinita variedade. Eis porque o seu pedido de esclarecimento, admitindo que não entendeu a alegada coincidência, nem as suas eventuais implicações, constitui um bálsamo para quem se dirige aos leitores de uma terra onde, regra geral, toda a gente percebe tudo, felizmente.
Fique descansado que não tenciono revelar a sua identidade, seja para que efeito for. Por dois motivos principais. Porque assim o solicitou, e também porque poderia desencadear uma vaga de reprovação, vinda da bandalhocracia local.
Indo agora ao principal objectivo do seu mail, a tal coincidência, que é evidente, pois os factos ocorreram no mesmo dia, com poucas horas de intervalo, deixando entender que houve múltiplos episódios anteriores, que infelizmente a informação local não publicou, coloca frente a frente, quer agrade ou não, Paulo Macedo, presidente do agrupamento de escolas públicas Templários e conhecido militante comunista, e Pedro Marques, ex-autarca numa lista PS, durante oito anos, e presidente do Centro de Assistência Social de Tomar, uma IPSS.
Ambos demonstraram ser perfeitamente coerentes com a ideologia que cada um deles professa. O primeiro, defende a estatização da economia e das tarefas que imcumbem à governação nacional ou local. O segundo, pelo contrário, prefere que sejam as IPSS a assegurar uma parte das funções antes citadas, em colaboração com o Estado. Daí resultou o choque de interesses que se adivinha.
Ao constatar que o governo autorizara mais um jardim de infância do Estado, numa pequena cidade cuja população está a envelhecer e a diminuir, o que forçosamente arrasta a queda de nascimentos, o dirigente do CAST terá accionado as suas influências, como lhe competia. Sabendo que obtivera satisfação, ao conseguir um recuo do Ministério da educação na referida matéria, mandou publicar um texto oferecendo vagas para crianças dos 3 aos 5 anos, justamente na altura em que Paulo Macedo, o estatista vencido desta vez, se lastimava ante o recuo do ministério da educação, e previa grandes dificuldades para os pais das 15 crianças entretanto já inscritas no anunciado jardim escola Santa Iria.
Tudo isto poderia ter sido tratado de maneira diferente e mais airosa, não fora o caso de em Tomar se fugir de qualquer estudo ou debate sobre os problemas locais como quem foge da peste. O que leva por vezes os ministérios, e não só, a cometer erros crassos, por falta de adequada informação, obrigando a subsequentes recuos, sempre humilhantes para ambas as partes. Foi o caso, que se lamenta.
Espero ter sido útil. Quando voltar a ter dúvidas, não hesite. Procurarei esclarecer dentro das minhas possibilidades, que são limitadas pela cabeça e pela distância.
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