domingo, 4 de setembro de 2022


Conflitos étnicos

Problemas com os (que foram) do Flecheiro

Numa iniciativa louvável a todos os títulos, a maioria PS que está na autarquia decidiu acabar com o acampamento ilegal do Flecheiro. Meteu mãos à obra, gastou bastante dinheiro, e está quase a conseguir transformar aqueles terrenos em espaço de fruição pública. Falta só alojar mais 10 famílias. Até esta data. Aplausos portanto? Sim, mas nem tanto. Ao solucionar um problema complicado de forma pouco hábil, criaram outros óbices. Multiplicaram por quatro ou cinco o foco inicial.

Era praticamente só no Flecheiro que havia questões delicadas com a comunidade cigana tomarense. Agora há episódios violentos na Srª dos Anjos, no 1º de Maio, no Bairro Calé e no da Caixa. Por enquanto. Sem que a autarquia pareça muito preocupada com a nova situação que provocou. Cujas origens vêm de longe. Para se ter uma pequena ideia, em 1974 a população era praticamente a mesma e os ciganos junto à Praça de toiros apenas uns 20. 48 anos mais tarde, a população mantém-se, ou perto disso, mas os ciganos já são quase 300.

Ante situações cada vez mais desconfortáveis, provocadas quase sempre pela recusa de integração dos calés, a pacífica e pachorrenta população tomarense começou a sentir o cheiro da mostarda no nariz, e excepcionalmente decidiu reagir a medo. Começou a queixar-se, mediante comentários com frequência sob nome suposto. É no que dá uma maioria PS que não aceita críticas e retalia pela calada.

Perante a por enquanto pequena vaga de protestos, dos que acreditam que "os ciganos são boas pessoas, mas ninguém os quer como vizinhos", um dos defensores da actual maioria viu-se forçado a atacar forte. No Tomar na rede, com um pseudónimo que até parece nome de baptismo:

Antonio Branco

"a manada está histérica. Há muitos parasitas que não são ciganos…"

https://tomarnarede.pt/sociedade/camara-compra-terreno-junto-a-platex-para-habitacao-social/#comment-8076

Tendo o suposto cidadão Branco escrito anteriormente, no Tomar na rede, aqui há semanas, que quem faz Tomar a dianteira 3 "diz mal de Tomar e dos tomarenses", esclarece-se que, mesmo supondo apenas que assim seja, nunca aqui foram os conterrâneos tratados como "manada histérica". Quanto ao resto, o suposto Branco tem razão. "Há muitos parasitas que não são ciganos". E até ciganos que não são parasitas. Não serão muitos, mas há. O problema é outro.

Concluindo, por agora, talvez não fosse pior o suposto Branco propor soluções para um problema cada vez mais grave, em vez de procurar, pelo insulto reles, intimidar os poucos tomarenses que ousam tentar enfrentar por escrito a triste realidade. A de uma terra cuja população diminui, enquanto os ciganos são cada vez mais. Incluindo autores de ciganices que nem pertencem à dita etnia. Como o suposto Branco, por exemplo.


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