terça-feira, 13 de setembro de 2022



Assistência social

TOMAR TEM MEL E OURÉM REPELE?

Dados estatísticos do INE, reproduzidos pelo nosso colega Tomar na rede, sobre a evolução do número de beneficiários do RSI nos cinco municípios da região, entre 2017 e 2021, mostram mais uma vez a complicada situação tomarense, o segundo dos cinco concelhos com maior número de assistidos, logo a seguir a Abrantes. Com um detalhe muito preocupante: Enquanto Abrantes conseguiu reduzir o total de beneficiários de 1.186 para 963, ou seja, menos 233 em cinco anos, em Tomar verificou-se um ligeiro aumento de quatro beneficiários.

Numa altura em que há em França um intenso debate no seio da esquerda, sobre os "assistidos" pelo Estado, a que chamam o "assistanato", estes dados do INE provocam diversas interrogações, todas bastante desconfortáveis para quase todos os que exercem o poder. Tanto a nível local como nacional.

BENEFICIÁRIOS DO RSI

Evolução 2017 > 2021 (5 ANOS)

TOMAR................813 > 817......+4

ABRANTES......1.186 < 963.......-233

ENTRONC...........395 > 508......+113

OURÉM................268 > 295.......+27

T. NOVAS.............434 < 413........-21

A primeira dessas interrogações é esta: Tomar é ainda o 2º município da região com mais gente a viver do RSI, mas a continuar a progressão, não tarda passará para o primeiro lugar, tendo em conta a evolução abrantina, que em 5 anos conseguiu acabar com 233 RSI. Porquê?

A segunda interrogação é mais simples: Porque é que Ourém, que é o único município  da região governado pelo PSD, tem muito menos gente a viver do RSI do que qualquer um dos outros, mesmo sendo de longe o concelho com mais população do norte do distrito? (Tomar tem 33 mil eleitores, Ourém tem 40 mil)

A terceira interrogação é sobre o Entroncamento: Principal plataforma ferroviária do país, com ligação directa a Lisboa e concentrando ferroviários de várias origens geográficas, compreende-se o aumento de beneficiários do RSI. Mas tantos em 5 anos, (+113) quando de acordo com os dados oficiais, a pandemia os devia ter reduzido? Haverá por ali também algum programa municipal de realojamento em curso?

Em resumo, Tomar e Abrantes têm mel para os RSI, enquanto Ourém repele? É por causa de Fátima, dirão convictos os usuais conformistas nabantinos. Será. Mas então, há dois milénios Jesus Cristo fez o milagre da multiplicação dos pães e agora Fátima faz o milagre da limitação dos RSI? Não será antes porque em Ourém há mais gente a trabalhar, e menos a procurar viver à custa do orçamento do Estado? Mas também pode acontecer que, em Abrantes e Ourém, estejam respectivamente a diminuir ou já sejam poucos os RSI porque ambas as câmaras se recusam a atribuir-lhes alojamentos praticamente gratuitos, de forma a depois beneficiarem dos seus votos. Será o caso?

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