sexta-feira, 16 de setembro de 2022




Imagens do espectáculo do Puy du fou em França.

Indústria Turística

"No Puy du fou espanhol 

a história à vontade do freguês"

A uma semana do grande espectáculo Viriato, na Praça de toiros, numa colaboração Fatias de cá/Município de Tomar/Misericórdia de Tomar, a dar a ideia de que podem vir aí melhores tempos para a cultura nas margens nabantinas, acabo de ler no LE MONDE uma reportagem de Marc Olivier Bherer da qual só posso fornecer o link: https://www.lemonde.fr/international/article/2022/09/16/au-puy-du-fou-espagnol-l-histoire-menee-en-bateau_6141842_3210.html

É um trabalho demasiado longo (10 minutos de leitura), para ser traduzido e depois publicado aqui no Tomar a dianteira 3. Os interessados francófonos farão o favor de usar eventualmente o link supra, tendo em conta que se trata de matéria reservada a assinantes. 

Entretanto, eis o resumo possível. O Puy du fou é uma companhia de teatro que se transformou numa empresa de criação de espectáculos históricos, na aldeia com o mesmo nome, na região da Vendeia, em França. Perante o sucesso crescente, resolveram exportar o conceito, estando já a funcionar nos arredores de Toledo desde 2019. O espectáculo reconstitui episódios da história de Espanha (fundação, conquista e reconquista de Toledo, viagem de Cristóvão Colombo, invasões francesas...) num anfiteatro com 4 mil lugares, incluindo até 20 cavalos lusitanos, julgados ideais para tal fim por serem muito mansos e obedientes. Mas há também uma aldeia construída para o efeito, com todas as estruturas de acolhimento (parqueamento, sanitários, comércio, alimentação, alojamento...)

Trata-se de uma empresa teatral sólida, com alguma envergadura, que realizou o ano passado um volume global de negócios da ordem dos 183 milhões de euros, segundo o Le Monde. Como bem disse Galileu, (que depois teve de desmentir, forçado pela inquisição), a Terra não é o centro do Universo, e gira à volta do Sol. Da mesma forma, Tomar não é o centro do mercado turístico e terá de adaptar-se ao mundo do qual faz parte. Só falta saber quando e como.

A empresa Puy do fou está já a implantar-se na China, havendo mesmo conversações (segundo o Le Monde) com uma tribo de índios americanos, para se instalar na respectiva reserva, nos Estados Unidos. Nestas condições, lembrou-se o autor deste texto que, caso o Município quisesse mudar de vida, passando a encarar as coisas como elas são de facto, era capaz de ser boa ideia conversar com o pessoal do Puy du fou sobre Tomar, os templários, a reconquista, os descobrimentos. Sem compromisso, claro. E nomeando para o efeito alguém capaz de honrar a tarefa. Não vá repetir-se o caso dos tabuleiros a património da UNESCO, que começou de forma triunfal, mas parece ter encalhado, faltando saber porquê.

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