quarta-feira, 28 de setembro de 2022


Foto O Mirante, com os agradecimentos de TAD 3

Política social local

A cada vez mais díficil inserção 

dos ciganos na comunidade tomarense

A notícia é da Rádio Hertz: TOMAR – Denúncia é do PSD: alguns moradores do Bairro 1º de Maio protestaram contra a entrega de casa a uma família mas a decisão da Câmara prevaleceu - Rádio Hertz (radiohertz.pt) Trata-se portanto da versão oficial da autarquia, da qual aquela rádio é usual porta-voz. (Não se trata de um ataque, ou de uma crítica. É apenas uma constatação. O facto de ser porta-voz não é algo de reprovável em si. Convém é clarificar a situação.)

Temos assim que, respondendo em sessão da AM à vereadora PSD, Célia Bonet, (único eleito social-democrata que, desde 2013, tem feito oposição com alguma eficácia na autarquia tomarense), o vice-presidente Cristóvão, ultimamente muito activo, porque decerto já a sprintar para 2025, "admitiu que é necessária coragem e determinação para enfrentar os problemas... ...deixando claro, por outro lado, que a decisão final é sempre dos serviços sociais, independentemente da maior ou menor resistência que possa existir"

É bem possível que o respeitável eleito, no calor da discussão, nem tenha tido oportunidade de pesar devidamente aquilo que foi dizendo. Porque está redondamente enganado neste caso. A decisão final nunca é dos serviços, ou dos funcionários. Oficialmente, é sempre política. Por isso e para isso, há eleições para escolher os representantes da população, aos quais compete tomar decisões finais. Nada de sacudir a água do capote! 

Nos antigos países do leste europeu é que a decisão final era sempre do comissário político respectivo, que nunca tinha sido eleito. A ver se nos entendemos, e concordamos que vivemos num país livre, com autarcas eleitos em eleições limpas, que não se deixam dominar por funcionários pouco liberais ou esquerdelhos, e respondem perante os cidadãos eleitores.

Uma notícia d'O Mirante confirma o que se acaba de escrever. Qualquer decisão final, numa autarquia ou no governo, é sempre política e nunca dos técnicos, por melhores que possam ser, enquanto vivermos em democracia plena:

https://omirante.pt/sociedade/familia-despejada-por-nao-pagar-a-renda-de-5-euros-dormiu-a-porta-da-camara/

O PS também é poder em Vila Franca de Xira (5PS, 3CDU, 2PSD, 1CH), mas como está em minoria, os seus eleitos já não dizem que são os serviços sociais que tomam as decisões finais. Se fossem, esta família cigana não seria despejada por não pagar a renda. Uma mini-renda. 5 euros mensais. Uma dívida de mil euros. Mais de 15 anos sem pagar. (A notícia não refere que é uma família cigana, mas a foto não engana. É como o algodão do anúncio.)

Aproveitando o ensejo, uma vez que em Tomar os eleitos da oposição parece que têm vergonha de perguntar:

1 - A Câmara de Tomar é dona de quantos alojamentos sociais em Tomar?

2 - Quantos ciganos do Flecheiro já estão alojados em casas da Câmara?

3 - Quanto pagam em média de renda mensal?

4 - Há muitos inadimplentes? Quantos? Qual o total acumulado das dívidas?

5- Qual é, ou quais são as penalidades para os rendeiros camarários, que se recusam a pagar a renda?

6 - Que decisões tenciona a Cãmara tomar, para restabelecer a normalidade, quando assim acontece?

É praticamente certo que a autarquia não vai responder às perguntas acima. Mas pode ser que a oposição queira ter a bondade de fazer as mesmas perguntas, nos locais próprios (executivo e AM), em vez de andar a servir de capacho à maioria PS. Precisamos muito de cidadãos activos. Lacaios já há que baste.

Actualização às 15H20 de 29/09/2022

https://omirante.pt/sociedade/familia-despejada-de-casa-municipal-ja-tem-reuniao-marcada-com-a-camara-de-vfx/


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