quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Assembleia Municipal

A MONTANHA PARIU UM rato

Bonito serviço! É sabido que os nabantinos são em geral avessos à política. Perto de metade nem sequer vota, e os que votam, tendem a ficar por aí. São raras as excepções. Mesmo perante um aumento geral de 23% da água, poucos foram os protestos, apesar de liderados pela CDU, que na área reivindicativa tem uma experiência ímpar.

Neste quadro, convém portanto que os eleitos façam o melhor possível, no sentido de não desacreditar ainda mais as funções que lhes foram confiadas. É do interesse do próprio regime democrático. Pois não senhor! Acaba de ocorrer exactamente o oposto, na Assembleia Municipal de Tomar. Ao cabo de laboriosas negociações, lá conseguiram parir uma moção de censura à Tejo Ambiente. Contra o excessivo preço da água? Não. Contra os estranhos erros de cálculo? Não. Contra as provisões excepcionais que, já vão em mais de dois milhões, só para Tomar? Não. 

Nada de contas de merceeiro, que a AM não serve para tais tarefas, implicitamente consideradas reles. A moção de censura refere apenas a falta de informação atempada à AM por parte da Tejo Ambiente, e só durante o mandato do actual presidente, o oureense Albuquerque, que por mero acaso é do PSD. Como os tomarenses bem sabem, no mandato anterior, de Anabela Freitas, em termos de informação atempada, a Tejo Ambiente foi por assim dizer um livro aberto. De tal maneira que a auditoria externa, nesse tempo aprovada, continua na gaveta. Se é que foi feita.

Encantados com tão inesperado presente, se calhar fruto de aturada negociação, e que isenta na prática Anabela Freitas de qualquer responsabilidade no descalabro inicial da Tejo Ambiente, o PS saltou sobre a ocasião. Em vez de votar contra a moção, ou de não participar no voto, absteve-se. Maneira subtil de transmitir a mensagem ao actual presidente da Tejo Ambiente: -"Está a ver como eu consigo controlar até os seus companheiros, aqui em Tomar?"

Estranha-se a posição da CDU, representada por alguém com longa experiência política, que noutros tempos não teria embarcado em semelhante viagem enganadora. Mas se calhar os tempos mudaram mesmo, e agora já não dão para mais. Deve ser isso. Fica-se com a impressão que, com decisões assim, nas próximas autárquicas a abstenção só pode aumentar, salvo imprevisto cataclismo eleitoral. De direita, claro. Basta olhar para Itália, e para os resultados das suas intermináveis "combinazioni" políticas.

1 comentário:

  1. Profº Rebelo
    A Politica aqui por estas bandas está podre e nada recomendável.
    PS,PSD,CDU, são todos iguais, apenas divergem no cheiro, mas todos tresandam de "mau cheiro"
    É triste, muito triste....

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