segunda-feira, 5 de setembro de 2022





Imagem Tomar na rede, com os nossos agradecimentos.


Habitação e política local

Prioridades erradas e vizinhos ciganos

Após várias decisões que não foram propriamente as mais indicadas em termos de prioridade, como por exemplo a requalificação da Várzea grande, da Nun'Álvares, da Torres Pinheiro e de parte da Estrada da Serra, antes do degradado sector sudoeste da cidade antiga, a srª presidente acaba de agravar singularmente o problema. Em vez de virar a agulha para este sector, único ainda não requalificado do Núcleo histórico, quase confinante com os Paços do concelho,  resolveu ao que parece divertir-se à custa dos que nele habitam.

Segundo a informação local, foi aberto concurso para a requalificação de apenas dois terços da Rua Nova, a rua da Sinagoga, pois o troço nascente já está recuperado há dez anos. É lamentável! Gastaram-se milhões na Várzea, milhões nas avenidas do lado sul da cidade, milhões na Estrada da Serra, e quase um milhão num museu inútil, porque de facto de coisa nenhuma, ou quase. Agora, tudo parece indicar que sobraram apenas 250 mil euros para requalificar dois terços da Rua Joaquim Jacinto. Então e o resto do sector, que é a maior parte, fica para quando? Para as eventuais sobras do ano que vem? Os seus habitantes devem continuar a usar água proveniente de degradadas canalizações em amianto? Devem continuar a pagar a taxa de tratamento de esgotos, que não são tratados? A calcorrear calçadas irregulares de seixo da idade média?

Outra medida controversa, já anunciada pelo menos duas vezes na imprensa local e regional, é a recuperação de prédios antigos degradados, e a edificação de outros, todos no regime dito de "construção a custos controlados" e destinados a arrendamento. A maioria PS local disporá certamente de dados que o signatário ignora, os quais lhe terão eventualmente servido de base para esta tomada de decisão. Infelizmente, nunca a autarquia disse aos eleitores em que se apoia para avançar com habitação destinada a arrendamento, e a oposição com assento no executivo também não fez, que se saiba, qualquer esforço para sacar informações nessa área. O habitual. Não convém molestar os pares, só para agradar ao povoléu.

Assim, praticamente "às escuras" por força das circunstâncias, fica-se com a ideia de que é tudo feito à trouxe-mouxe, (para usar uma expressão do saudoso Mário Soares), sem temer as eventuais consequências negativas, designadamente ao nível financeiro, porque de qualquer maneira são dinheiros públicos para gastar, e não se fala mais nisso.

Ainda assim, antes de gastar mais milhões, talvez valha a pena pensar um bocadinho na seguinte questão: Para além dos que não têm rendimento que lhes permita optar, ou sequer para pagar uma renda normal, quem vai querer arrendar apartamentos camarários novos, em prédios onde é grande o risco de vir a ter vizinhos ciganos? Os exemplos existentes não são nada entusiasmantes.

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