domingo, 11 de setembro de 2022

 

Cultura - Teatro

VIRIATO CARVALHEIRO

Fatias de Cá, a companhia de teatro amador cujos actores até chegam  a pagar para representar, vai levar ao público, mais uma vez, a peça Viriato. Agora na praça de toiros de Tomar. Conquanto até já tenha sido Beresford, em Felizmente há luar, de Luís Sttau Monteiro, ainda na emigração, quem escreve estas linhas não é grande apreciador de teatro. O que não impede que recomende fortemente a ida ao Viriato, no próximo dia 24 de Setembro.

Não só pela peça, mas também por se tratar de mais uma aposta muito corajosa do incansável Carlos Carvalheiro, que merece todo o apoio dos tomarenses de boa vontade. Aqueles que gostam de ajudar, sem disso se vangloriar. Essa aposta implicou a colaboração, que aqui se aplaude por ser positiva para todos, entre a Câmara Municipal, que patrocina, a Misericórdia, que disponibiliza a praça de toiros, e o Fatias de cá.

Podendo parecer que não aos menos atentos, tal concordância de vontades, em Tomar e em 2022, é algo novo e muito positivo, que se saúda e aplaude, pelo que pode vir a representar par o futuro da cultura local. Isto porque, se bem se lembra quem lê, não há muito tempo, Carlos Carvalheiro, a alma do Fatias, recusou publicamente a distinção que a autarquia lhe pretendia atribuir. Mostrou assim o seu descontentamento e a sua independência em relação à política municipal, tal como há quase dois milénios Viriato fez de forma bélica com os romanos, muito mais poderosos.

Que apenas alguns anos mais tarde duas entidades dirigidas por socialistas tenham conseguido esquecer  a afronta, aceitando colaborar lealmente, em vez de procurar retaliar, eis algo que se saúda, pois evidencia que em Tomar, apesar dos percalços, ainda nem tudo está perdido.

Parabéns Município! Parabéns Santa Casa da Misericórdia! Parabéns Fatias de cá! Oxalá o Viriato e todos vós venham a ter o sucesso que merecem! Tomar só tem a ganhar com atitudes assim.

2 comentários:

  1. SEDE PARA o "FATIAS de CÀ"
    Mais do que distinções para Carlos Carvalheiro a autarquia devia dignificar o grupo de teatro com uma sede onde não só existissem as condições para a sua direção ,bem assim como para ensaios , guarda de adereços e porque não uma forma de auto financiamento ,como por exemplo um restaurante com exploração própria ou a terceiros resultando para o Grupo o pagamento de uma renda !
    Nada melhor que o edifício existente paredes meias com a atual sede ,ou seja o antigo prédio do banco de Portugal ,onde a camara municipal detêm a maior parte do capital do ainda triste tempo da região de turismo dos Templários e albufeiras !
    Teria que adquirir o restante do edifício aos demais municípios que pertenciam á já referida região de turismo .
    Assim sim seria apoiar o teatro e a cultura ,quais medalhas !

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    1. Grato pelo seu comentário, José Oliveira, com o qual concordo inteiramente. Parece-me que carece apenas do esclarecimento seguinte: No tempo da AD, e do vereador CDS Duarte Nuno de Vasconcelos, o Município de Tomar foi realmente o que mais pagou pela compra do edifício que refere, comparativamente com os outros oito. Sucede contudo que, aquando da extinção pelo governo da comissão regional de turismo dos Templários, Tomar e o respectivo património do organismo foram integrados no Turismo de Lisboa, sem mais explicações. Posteriormente, Tomar passou para o Turismo do centro, com sede em Aveiro, mas o turismo de Lisboa não largou a propriedade do edifício de Tomar. O que constitui uma curiosa situação. Os 9 municípios proprietários, que devem figurar na escritura de compra e venda, estão na situação de esbulhados, sem que se perceba porquê, pois o governo tem competência para extinguir organismos públicos, mas não para confiscar património dos municípios sem uma razão objectiva, que no caso não existe. Em conclusão, por agora o edifício que refere continua na posse de Lisboa que, segundo informações de fonte fidedigna, nem sequer o quis alugar, quando solicitada nesse sentido pela maioria PS, alegando que pretende vender.
      Resta esperar que a actual maioria municipal tenha coragem para reivindicar aquilo que de facto lhe pertence, em conjunto com os restantes municípios. Seria uma aberração voltar a comprar aquilo que de jure e de facto já lhe pertence. Até porque, alegando que citado prédio se encontra devoluto há anos, pode tomar posse dele, bastando para tanto declarar que o municipaliza ou expropria por utilidade pública, e obter a aprovação prévia da AM.

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