Na apresentação da sua candidatura, que teve lugar na freguesia de Paialvo, durante um almoço comemorativo do 25 de Abril, o vereador da CDU, Bruno Graça, foi particularmente duro para com a gestão PS na Câmara de Tomar. "Não resolveram, no essencial, nenhum problema do nosso concelho... ...Se tivéssemos a gestão da Câmara Municipal, outro galo cantaria para Tomar... ...O caminho não é andar todos os dias a fazer inaugurações de coisinhas sem significado, ou a tirar fotografias para aparecer nos jornais. Os grandes problemas de Tomar têm que ser encarados e resolvidos." Um banho gélido para Anabela Freitas e Hugo Cristóvão, parceiros de coligação. Olha se não fossem!
Bruno Graça mencionou também os grandes problemas tomarenses, que são o desemprego, o investimento, a criação de riqueza, o desenvolvimento económico e a fuga da população, com destaque para os mais novos. Absteve-se de apresentar soluções para os mesmos, atitude que todavia não poderá prolongar, sob pena de perder votos, posto que em Outubro próximo muitos eleitores já não irão em "canções de embalar", uma vez que estão escaldados e de que maneira. Com a notável excepção da maioria dos funcionários municipais, mas estes já terão ficado assustados com a inesperada alusão do vereador da CDU a uma inevitável reorganização dos serviços municipais. Reorganizar velhas desorganizações muito bem organizadas, é sempre um problema bicudo.
A reportagem, limpa como sempre, de Elsa Ribeiro Gonçalves, pode ser lida aqui. Entretanto, parece-me importante focar uma vertente que, por enquanto, ninguém mencionou, mas que terá estado na base do discurso agreste de Bruno Graça. Refiro-me à previsão dos resultados da próxima consulta eleitoral, os quais podem vir a surpreender muito boa gente. E o actual vereador da CDU, que tem muita tarimba política, já terá intuído isso mesmo.
Tudo indica, nesta altura, que os Independentes por Tomar não vão concorrer enquanto tal nas próximas autárquicas. A ser assim, os 3091 votos que conseguiram em 2013 irão forçosamente para outras formações concorrentes, ou para abstenção, o que parece menos provável. E esta nova situação pode vir a complicar bastante a vida à CDU, no que concerne a manter um vereador.
Recordemos os resultados de 2013:
PSD 5.198 votos - 2 vereadores
IpT 3.094 votos - 1 vereador
CDU 1.827 votos - 1 vereador
Mantendo-se sensivelmente o total de votantes de 2013 e admitindo, como hipótese de trabalho, que 45% dos eleitores IpT passam para o PS, outros tantos para o PSD e 10% para a CDU, teremos:
PS 5.479 + 1.393 = 6.872
PSD 5.198 + 1.393 = 6.591
CDU 1.827 + 310 = 2.137
Mesmo que o PSD venha a ser o vencedor, desde que seja mínima a diferença entre os dois primeiros, quando se tratar de atribuir o 7º vereador, a CDU estará em desvantagem face ao segundo partido mais votado, dado que 6.591 a dividir por 3 = 2.197, e lá se irá o vereador CDU, por uma diferença de 60 votos, ( 2.197/2.137), dando de barato que a relação de forças de 2013 subsistirá em Outubro próximo.
É tudo teoria? É sim senhor. Mas repito: Julgo que Bruno Graça já vislumbrou o perigo e está a agir em conformidade, o que justifica a dureza da sua intervenção nesta altura do campeonato. Na política, pouco ou nada acontece por mero acaso.
"M'espanto às vezes"... Vá lá a gente saber o que é verdade ou mentira.
ResponderEliminarCaro e estimado António Rebelo, acabei de ler isto no site "médio tejo.net", amplamente divulgado na página FB de Tomar Terra Templária:
"Em média, os 13 municípios do Médio Tejo melhoraram a sua performance no ranking dos melhores municípios para viver, fazer negócios e passear, elaborado pelo quarto ano consecutivo pela Bloom Consulting."
"A liderar o “top” no Médio Tejo está Tomar que se encontra agora em 16° na região Centro (subiu quatro lugares) e em 59° (subiu 14 lugares) no cômputo dos 308 municípios do país. A cidade Templária destronou Ourém da liderança, que ocupa a 61ª posição no ranking nacional."
O artigo é assinado pelo Sr. José Gaio, que julgo ser o teu amigo jornalista.
Quanto ao fogo cerrado do Bruno sobre o PS não dá para entender. O que o Bruno deveria fazer era apresentar soluções - convincentes! - para os problemas e, assim, procurar mobilizar os tomarenses.
É um exemplo de coerencia a toda a prova.
ResponderEliminarSe a gestão da Camara é tão desastrosa, porque a apoia a CDU?