Durante anos, nunca notei que alguém na cidade, além de um ou outro hoteleiro, se preocupasse com o turismo local. Isto apesar de existir uma situação deveras insólita. O ano passado, por exemplo, o Convento de Cristo registou 250 mil entradas, mas a Sinagoga, que fica no centro histórico, ficou-se por menos de 30 mil. Apesar de a entrada no Convento custar 6 euros e a Sinagoga ter entrada gratuita. Donde qualquer leigo conclui que a esmagadora maioria dos turistas percorrem no Convento a parte aberta ao público, e vão-se embora. Não vêm à cidade.
Foto Tomar na rede, com agradecimentos.
Como se pode constatar, um autocarro de turismo não terá qualquer dificuldade para virar à direita, ou terá? E depois queixam-se que os profissionais de turismo não gostam de vir a Tomar.
Inesperadamente, no mesmo dia, dois conterrâneos e amigos que muito prezo, resolveram escrever sobre turismo. O autarca Bruno Graça, da CDU, a propósito da requalificação da Várzea Grande, avança com a proposta de instalar um espaço museológico no Convento de S. Francisco, acrescentando que "a ideia é fazer com que os turistas permaneçam em Tomar mais de 24 horas." (3ª Tertúlia da CDU sobre a Várzea grande, citada aqui.)
Antes, já Carlos Carvalheiro, com créditos firmados na área do teatro, dissera na Rádio Hertz e escrevera n'O TEMPLÁRIO, na sequência da conferência de um especialista da OCDE sobre desenvolvimento das cidades, organizada pelo grupo Todos por Tomar, que "Em Tomar, parece que um caminho seria transformar os visitantes em turistas, cuja diferença é que os primeiros não dormem cá e os segundos sim." (Carlos Carvalheiro, O Templário, 13/04/2017, página 4).
É bom, é excelente mesmo, e muito promissor, que um autarca em funções e uma personalidade artística local se interessem finalmente pela evolução turística tomarense. Se calhar enfim cientes da velha expressão popular necessidade a quanto obrigas. Seja como for, no meu entendimento, é sempre conveniente avançar por fases, mantendo os pés bem assentes no chão. Ou seja, neste caso, partir da situação tal como ela é na realidade, e não como gostariamos que fosse.
Já antes expliquei em detalhe aqui, a presente situação do turismo tomarense, bem como aquela que me parece a melhor maneira de a ultrapassar. Pelos vistos estive a escrever para as paredes, como sempre acontece com os malditos, que só quando já no cemitério passam a ter razão. Pois seja. Mas quer-me parecer que, antes de incentivar os turistas a ficarem na cidade mais de 24 horas, é indispensável incentivá-los a descer à cidade, porque uma coisa são os 250 mil visitantes do Convento, outra bem diferente os 30 mil da Sinagoga. Julgo eu.
De resto, essa questão das pernoitas dos turistas, não é tão importante quanto possa parecer à primeira vista. Excepto para os profissionais do alojamento, claro. Salvo raríssimas excepções, os viajantes não pernoitam nos aeroportos, o que não impede estes terminais aéreos de serem cada vez mais enormes centros comerciais, com lojas de alimentação rápida e outras de marcas topo de gama. A demonstrar que o essencial não é pernoitar, mas sim passar frente às vitrines e/ou entrar nos estabelecimentos.
Assim sendo, conforme já escrevi anteriormente, em Tomar um adequado plano de incremento turístico, a executar quanto antes, deve ter como esqueleto um grande parque de estacionamento na baixa da Anunciada e outro subterrâneo na Várzea Grande, bem como um sistema de escadas rolantes subterrâneas, entre as traseiras dos Paços do Concelho e a Cerrada dos Cães. A partir dos parques, de uso praticamente obrigatório, à falta de outros locais para circular ou estacionar, os visitantes devem dispôr de apenas duas opções: Opção A - Subir ao Convento a pé, visitar o monumento e descer igualmente a pé. Opção B - Ir até ao ParqT, o que implica atravessar a pé parte do Centro histórico, e aí utilizar as escadas rolantes, só para a ida, ou para ida e regresso.
Em Alcobaça, por exemplo, já perceberam a coisa, embora sem necessidade de escadas rolantes, uma vez que o mosteiro está no centro da urbe. Mas acabaram com o outrora vasto estacionamento frente ao monumento, forçando os visitantes a percorrer a pé as ruas entre o novo parqueamento e o local a visitar. Como acontece nos aeroportos, entre os balcões de check in e as portas de embarque...
De resto, essa questão das pernoitas dos turistas, não é tão importante quanto possa parecer à primeira vista. Excepto para os profissionais do alojamento, claro. Salvo raríssimas excepções, os viajantes não pernoitam nos aeroportos, o que não impede estes terminais aéreos de serem cada vez mais enormes centros comerciais, com lojas de alimentação rápida e outras de marcas topo de gama. A demonstrar que o essencial não é pernoitar, mas sim passar frente às vitrines e/ou entrar nos estabelecimentos.
Assim sendo, conforme já escrevi anteriormente, em Tomar um adequado plano de incremento turístico, a executar quanto antes, deve ter como esqueleto um grande parque de estacionamento na baixa da Anunciada e outro subterrâneo na Várzea Grande, bem como um sistema de escadas rolantes subterrâneas, entre as traseiras dos Paços do Concelho e a Cerrada dos Cães. A partir dos parques, de uso praticamente obrigatório, à falta de outros locais para circular ou estacionar, os visitantes devem dispôr de apenas duas opções: Opção A - Subir ao Convento a pé, visitar o monumento e descer igualmente a pé. Opção B - Ir até ao ParqT, o que implica atravessar a pé parte do Centro histórico, e aí utilizar as escadas rolantes, só para a ida, ou para ida e regresso.
Em Alcobaça, por exemplo, já perceberam a coisa, embora sem necessidade de escadas rolantes, uma vez que o mosteiro está no centro da urbe. Mas acabaram com o outrora vasto estacionamento frente ao monumento, forçando os visitantes a percorrer a pé as ruas entre o novo parqueamento e o local a visitar. Como acontece nos aeroportos, entre os balcões de check in e as portas de embarque...
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