A menos de seis meses das próximas autárquicas, Tomar sobressai no todo nacional pela sua usual atonia. Por esse país fora, já abundam os programas, ou pelo menos as linhas mestras dos mesmos. Em Tomar nada. PS e PSD sabem que querem o poder, mas pouco mais. Quais são as soluções propostas por Anabela Freitas? Que pretende Luís Boavida? Mistérios por enquanto insondáveis. A apenas 177 dias do acto eleitoral. Com as férias de verão pelo meio.
Neste contexto, propício ao surgimento de programas redentores, a terceira força com alguma hipótese de vencer, em vez de aproveitar o ensejo, resolveu auto-dissolver-se pelo método menos adequado -a morte lenta. Após mais de um mês de reuniões formais e outros conciliábulos, informaram a comunicação social do burgo que ainda estão a ponderar o que fazer. A procurar poisos, em linguagem corrente.
Não surpreende este modus operandi dos IpT. Antes confirma que nunca tiveram um programa afirmativo. Sempre foram do contra, embora por vezes nem soubessem bem contra quê. Logo aquando da fundação, o influente, astuto, inteligente e muito experiente Fernando Oliveira foi claro: "O gajo quer quem lhe faça frente? Quer oposição? Vai tê-la!", disse-me ele então, referindo-se a António Paiva, que estava no poder.
Conquanto tenham ultrapassado o PS, na primeira vez que se submeteram ao eleitorado, em 2005, (PSD 9.995 -4 vereadores, IpT 4.948 -2 vereadores, PS 4.236 -1 vereador), os IpT perderam para o PSD, que conseguiu mais do dobro dos votos. Perdida a aposta inicial, a partir daí foi sempre a descer (4.552 votos em 2009. Apenas 3.094 em 2013).
Não surpreende este modus operandi dos IpT. Antes confirma que nunca tiveram um programa afirmativo. Sempre foram do contra, embora por vezes nem soubessem bem contra quê. Logo aquando da fundação, o influente, astuto, inteligente e muito experiente Fernando Oliveira foi claro: "O gajo quer quem lhe faça frente? Quer oposição? Vai tê-la!", disse-me ele então, referindo-se a António Paiva, que estava no poder.
Conquanto tenham ultrapassado o PS, na primeira vez que se submeteram ao eleitorado, em 2005, (PSD 9.995 -4 vereadores, IpT 4.948 -2 vereadores, PS 4.236 -1 vereador), os IpT perderam para o PSD, que conseguiu mais do dobro dos votos. Perdida a aposta inicial, a partir daí foi sempre a descer (4.552 votos em 2009. Apenas 3.094 em 2013).
Circunstâncias várias levaram algum tempo depois Fernando Oliveira, o verdadeiro motor ideológico do grupo, a retirar-se da cidade e da política. Foi de certa forma substituído por Rosa Dias, que no entanto era bem diferente. Oliveira tinha tarimba como militante e quadro do PCP, antes e depois do 25 de Abril. Inversamente, Rosa Dias foi um pacato situacionista, politicamente reciclado depois da mudança de regime. Qualquer semelhança política entre os dois nunca passou portanto de pura coincidência, mas foi quanto bastou para iludir os IpT, ou pelo menos alguns deles, sobre as reais hipóteses do grupo. Entretanto Rosa Dias afastou-se também, "para estar com os netos".
Ironia do destino, quando finalmente estão reunidas as condições básicas para um triunfo eventual da formação de Pedro Marques, com o PS local queimado e o PSD desorientado e cego, os IpT resolvem suicidar-se.
Paz à sua alma, se alguma vez a tiveram. O que aí vem não me parece melhor.
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