quinta-feira, 6 de abril de 2017

Outro sinal de um desastre anunciado


Podia ter ignorado, ou simplesmente copiado o comentário supra, cuja versão original pode ser lida aqui. Mas não. Achei melhor digitalizar, para que apareça como uma foto, pois tenho para mim que vai ficar para a história local. Será outro sinal de um desastre anunciado -as eleições de Outubro próximo.
Conforme os leitores bem sabem, venho prognosticando neste blogue que o mais provável é não haver em Outubro nenhum candidato com um programa robusto, bem articulado, eficaz e adequado, e que nesse caso, o melhor será votar branco ou nulo. Sei, contudo, que muitos leitores discordam deste meu ponto de vista. Nomeadamente porque sou estrangeirado, geralmente pouco optimista e com ideias menos comuns.
Foi portanto com satisfação que li o comentário acima reproduzido, o qual apenas diverge da minha posição na atitude perante o voto. Propõe a abstenção, enquanto eu prefiro o voto branco ou nulo. Trata-se por conseguinte de outro sinal do que nos espera, tão mais importante quanto é certo que provém de um anónimo não integrado no microcosmo local da informação. O que faz dele, de certo modo, um porta-voz da preocupação que por aí vai, na cidade e no concelho.
Tendo a pretensão de conhecer um bocadinho os meus conterrâneos, creio que alguns vão pensar, se calhar até dizer ou escrever, que sou o autor do dito comentário. A esses faço duas perguntas e aproveito para os alertar.. Acham mesmo que aquele é o meu estilo de escrita? Que interesse teria eu em tentar intrujar os leitores, fazendo-me passar por outrem e abrigado no anonimato, se não sou candidato nem apoio qualquer candidatura até agora?
Assim sendo, caros leitores habituais, fiem-se nos vossos palpites e depois queixem-se!
Uma curta nota final, para explicar a minha preferência pela voto branco ou nulo, em relação à abstenção. Abster-se transmite sempre a ideia de ausência, de comodismo, de desinteresse, de falta de civismo. Pelo contrário, votar branco ou nulo mostra que houve participação, interesse, empenhamento, sentido de cidadania, mas infelizmente também protesto pela ausência de candidatos e de  programas capazes de facultar uma escolha ponderada.
Entretanto, com este texto já pronto e aguardar publicação, surgiu no Tomar na rede outro comentário do mesmo tipo, a mostrar que há cada vez mais eleitores descontentes:

Houve uma atriz americana (bem gira, por sinal) que, a propósito do voto feminino na Hilary Clinton disse que não votava com a vagina.
Eu também procuro não levar em conta as inclinações do meu pénis na hora do voto.
O que eu gostava mesmo era que estas senhoras e mais as outras e mais os outros senhores todos dissessem ao que vêm.
Para que é que se candidatam?
Porque é que não sabemos nada sobre o vosso pensamento sobre a edilidade e o concelho?
O que é que acham que está mal e em que medida é que se acham capazes de corrigir?
Eu sei que isto é conversa de chacha. Porque o que as senhoras e os senhores querem mesmo resume-se nisto: “ir para lá”.
Tacho e protagonismo.
Porque a vossa preocupação com o concelho, mais propriamente com as pessoas que cá vivem é igualzinha à dos que o puzeram no estado em que está.
Duvidam? Querem que eu acredite no contrário? Demonstrem-no!
Porque a decidir o voto em função do sexo, nesse caso, ou se exige uma junta médica a atestá-lo, ou, em alternativa, uma mostra pública das “partes” dos candidatos e candidatas, para que o nosso voto seja devidamente fundamentado.

3 comentários:

  1. "M'espanto às vezes" com o prof. Rebelo.

    Este post saíu-lhe mal. Muito mal. Pior ainda por não haver espaço para anónimos neste espaço. Para desgraça da exceção elegeu um exemplo de mediocridade e de ordinarice. Refiro-me ao dos piropos, vaginas e pénis. Que gozo lhe proporcionou o prof. Rebelo!!!

    Saúdo todos os que querem "ir para lá", porque essa é a obrigação cívica de todos os cidadãos. Saúdo especialmente as mulheres alvo deste arroto anónimo, a que o prof. Rebelo deu guarida. Mal feito.Vamos todos participar nas eleições. Escolher.

    Há cerca de 2 400 anos, na Grécia Antiga, Péricles disse no seu famoso discurso:

    "Olhamos o que evita ocupar-se da política, não como uma pessoa indiferente, mas como um cidadão perigoso, e se existem poucos entre nós que sejam aptos para propor, todos somos bons para decidir nos negócios do Estado" E por aí afora.



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  2. "M'espanto às vezes" com o prof. Rebelo.

    Este post saíu-lhe mal. Muito mal. Pior ainda por não haver espaço para anónimos neste espaço. Para desgraça da exceção elegeu um exemplo de mediocridade e de ordinarice. Refiro-me ao dos piropos, vaginas e pénis. Que gozo lhe proporcionou o prof. Rebelo!!!

    Saúdo todos os que querem "ir para lá", porque essa é a obrigação cívica de todos os cidadãos. Saúdo especialmente as mulheres alvo deste arroto anónimo, a que o prof. Rebelo deu guarida. Mal feito.Vamos todos participar nas eleições. Escolher.

    Há cerca de 2 400 anos, na Grécia Antiga, Péricles disse no seu famoso discurso:

    "Olhamos o que evita ocupar-se da política, não como uma pessoa indiferente, mas como um cidadão perigoso, e se existem poucos entre nós que sejam aptos para propor, todos somos bons para decidir nos negócios do Estado" E por aí afora.



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    Respostas
    1. Boa tarde e boa disposição, é o que se deseja.
      Nunca pensei que um simples comentário, reproduzido apenas a título de exemplo, para ilustrar o desconforto que por aí vai com algumas misérias da política caseira, pudesse causar tanta azia. Muito menos a ti, pois não te sabia assim puritano. Imagino o que seria se quem escreveu o para ti desagradável comentário tivesse usado os vernáculos começados por C para mencionar os órgãos reprodutores.
      Indo ao mais importante. Fica descansado que eu irei lá colocar o voto na urna. Quanto ao conteúdo do dito, depende do que vier a ocorrer até então. Mas os primeiros sinais não são nada bons.
      Concluindo por agora, reafirmo a minha posição de sempre: Não escrevo para agradar ou desagradar. Apenas para desabafar.
      Cordialmente,

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