terça-feira, 25 de abril de 2017

Foi sol de pouca dura

Ter de escrever o que segue no dia em que se comemoram os 43 anos de Abril, é como arrancar uma unha a sangue frio. Mas o que tem de ser, tem muita força.
Em tempo oportuno, louvei aqui a excelente ideia da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (cuja sede é no Convento de S. Francisco, onde ocupa gratuitamente desde há anos metade do piso superior do claustro sul), ao incluir no seu site mediotejo.net relatos em directo das reuniões dos executivos municipais. No caso de Tomar, percorri dois desses trabalhos, da autoria de Elsa Ribeiro Gonçalves, aqui reiterando com satisfação que são obra asseada. Coisa que pelas margens nabantinas infelizmente não abunda.

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Foto mediotejo.net

São obra asseada e também, ao que agora constato com tristeza, sol de pouca dura. As duas últimas reuniões da Câmara de Tomar já não tiveram direito a relato. Não duvido nem por um segundo que as justificações para tal interrupção sejam excelentes. Sucede contudo que não houve qualquer aviso prévio, o que deixa todas as hipóteses em aberto. 
Antes do 25 de Abril também nunca houve -nem podia haver- relatos das reuniões municipais, cujos autarcas não eram então escolhidos a dedo pelos partidos e depois votados, mas apenas escolhidos a dedo pelos lacaios do poder ditatorial. Mas pelo menos as actas eram afixadas e publicadas atempadamente na imprensa. Agora nem isso. Estamos em regime de informação a conta-gotas, de acordo com as conveniências de quem ocupa a cadeira do poder.
Foi para chegarmos a isto que os militares ousaram o 25 de Abril? É para isto que votamos de 4 em 4 anos?

1 comentário:

  1. Caro Professor Rebelo. Como já esclareci, tal deveu-se unicamente a problemas informáticos e de agenda jornalística. Sexta-feira, 28 de abril, já volto a relatar a sessão de assembleia municipal de Tomar. Não há lápis azul, felizmente, e se houvesse eu não me sujeitava a tal. Atenciosamente

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