Na recente confirmação da candidatura de Bruno Graça, a CDU disse, pela voz de Paulo Macedo, que o seu objectivo para as próximas autárquicas em Tomar é a eleição de um segundo vereador. Bruno Graça e Paulo Macedo são políticos com estofo e tarimba. Bem formados, ambiciosos mas usualmente realistas, pelo que fiquei muito surpreendido com tal afirmação. Isto porque não encontrei qualquer base factual para tanta ambição, excepto o optimismo dos próprios.
Em 2013, Bruno Graça obteve 1827 votos e os IpT 3094, pelo que ficaram com um vereador cada. Se recordarmos que em 1997, apesar de ter chegado aos 5.203 votos, a CDU não conseguiu, mesmo assim, o segundo vereador, em que se baseiam agora para tanta ambição? Não será ambição a mais? Não estarão a confundir os desejos com a realidade? A tomar a nuvem por Juno? Admitamos que, por um singular bambúrrio, a CDU conseguia manter em Outubro próximo a sua votação de 2013 e atrair a totalidade dos eleitores IpT, caso esta formação se não apresente. Ainda assim, registaríam um total de 4.921 votos, um pouco aquém dos 5.203 de 1997. Se então não conseguiram então o segundo vereador, esperam obtê-lo desta vez como e porquê?
Foto Rádio Hertz, com os meus agradecimentos.
Dando de barato que possam vir a ser a terceira força mais votada, teremos então uma autarquia tipo 4-3, 4-2-1, 3-3-1, ou mais dificilmente 3-2-2. Estará a CDU convencida de que pode vir a registar um resultado quase igual ou superior aos do PS e do PSD? Seria uma surpresa e das grandes.
Meditando os resultados e tendo em conta o novo contexto eleitoral em Tomar, com o quase certo desaparecimento dos IpT, e a quase inevitável concentração de votos que daí vai resultar, quer-me parecer que é mais provável a CDU não eleger ninguém, do que conseguir dois vereadores. Salvo se a taxa de abstenção bruta (abstenção+brancos+nulos), ultrapassar largamente os 60%, porque o eleitorado comunista é geralmente mais assíduo. Em Outubro logo veremos.
Meditando os resultados e tendo em conta o novo contexto eleitoral em Tomar, com o quase certo desaparecimento dos IpT, e a quase inevitável concentração de votos que daí vai resultar, quer-me parecer que é mais provável a CDU não eleger ninguém, do que conseguir dois vereadores. Salvo se a taxa de abstenção bruta (abstenção+brancos+nulos), ultrapassar largamente os 60%, porque o eleitorado comunista é geralmente mais assíduo. Em Outubro logo veremos.
Escreveu Gedeão, na Pedra filosofal, que o sonho comanda a vida. Não consta porém que comande os resultados eleitorais. E não é bonito andar a iludir com fantasias os potenciais eleitores, logo na pré-campanha eleitoral. Tantas vezes fizeram isso em França, por exemplo, que agora uma parte dos apoiantes da FN de Le Pen, são ex-eleitores comunistas, segundo estudos fidedignos. Por isso, todo o cuidado é pouco. Ambição sim. Fantasia não.
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