"O Bloco de Esquerda congratula Jean-Luc Mélenchon e o movimento França Insubmissa pelos históricos resultados de 23 de abril. Os eleitores da esquerda quiseram derrotar as ideias de Marine Le Pen na primeira volta e saberão contribuir para a derrotar na segunda volta. É essa mobilização que garante uma alternativa política às forças da injustiça económica e social que alimenta o crescimento da extrema-direita.
Os partidos que têm governado a França em alinhamento com Berlim acabaram representados na segunda volta pelo ex-banqueiro Emmanuel Macron, um híbrido gaullista-socialista cuja recente passagem pelo ministério da economia revelou a agressividade do seu programa liberalizador e anti-laboral."
As duas citações acima foram copiadas do Esquerda.net, o órgão oficial do Bloco de Esquerda, de 24 de Abril. Apenas se alterou a respectiva sequência. A citação de abertura é o último parágrafo da peça original e a outra é o seu segundo parágrafo.
Conquanto Tomar a dianteira não trate em geral de questões nacionais ou internacionais, há coisas que quase provocam vómitos, tal é o cheiro nauseabundo que exalam e a hipocrisia que mostram, pelo que não podem passar sem um reparo.
Macron ex-banqueiro? Macron híbrido gaullista-socialista? Sem dúvida. Mas resolveu deixar a banca -onde era muito bem pago- para ser conselheiro de François Hollande, presidente socialista, e mais tarde ministro da economia.
Macron ex-banqueiro e híbrido gaullista-socialista? Concerteza. Mas teve a coragem de abandonar o conforto do Poder, para tentar dar outro rosto à França.
Macron ex-banqueiro e híbrido gaullista-socialista? Certo. Mas nunca foi nem é, como o principal ideólogo do BE, Francisco Louçã, Conselheiro de Estado de um presidente de direita, nem Conselheiro consultivo do Banco de Portugal.
Diz o comunicado do BE que "Os eleitores da esquerda quiseram derrotar as ideias de Marine Le Pen na primeira volta e saberão contribuir para a derrotar na segunda volta". Não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Mas pergunto: Sendo indiscutível que a única maneira eficaz de derrotar Le Pen é votar em Macron, que razões ocultas terão levado Mélenchon, o BE e o Podemos a não apelar claramente ao voto no vencedor da primeira volta?
Os bloquistas e os esquerdistas em geral são só hipócritas? Ou também são sinistros, incoerentes e acriançados?
Diz o comunicado do BE que "Os eleitores da esquerda quiseram derrotar as ideias de Marine Le Pen na primeira volta e saberão contribuir para a derrotar na segunda volta". Não tenho qualquer dúvida a esse respeito. Mas pergunto: Sendo indiscutível que a única maneira eficaz de derrotar Le Pen é votar em Macron, que razões ocultas terão levado Mélenchon, o BE e o Podemos a não apelar claramente ao voto no vencedor da primeira volta?
Os bloquistas e os esquerdistas em geral são só hipócritas? Ou também são sinistros, incoerentes e acriançados?
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