Como Salgueiro Maia há 43 anos, pensar no estado a que isto chegou e agir em consequência.
Há muito que a experiência me ensinou algo muito simples -não há pior cego do que aquele que não quer ver. Por conseguinte, se é o seu caso, se acha que está tudo bem, não perca tempo. Vá ler algo mais divertido. Digo isto porque a primeira volta das presidenciais francesas mostrou três coisas, muito agradáveis para quem deseja mudar para melhor, todavia muito desagradáveis para os instalados em geral. Sobretudo para os assistidos. A primeira dessas coisas é a vitória, prevista nas sondagens, de um jovem de 39 anos, que nunca antes concorrera a qualquer eleição importante. A segunda é o evidente esfrangalhamento dos partidos tradicionais. Pela primeira vez na V República, fundada em 1958, nenhum dos partidos tradicionais estará representado na 2ª volta. A terceira e última é o esgotamento do modelo comunista/ecologista, que o candidato Mélenchon, apesar da sua longa experiência política, mostrou alguma dificuldade em digerir, ao constatar a derrota. Recusou, para já, dar qualquer indicação de voto para a segunda volta, o que dispensa mais comentários.
A anunciada vitória de Macron é muito importante porque, além de ser a de um jovem sem um partido a apoiá-lo, assenta em medidas anunciadas que estão longe de ser pacíficas. Ao contrário dos outros candidatos -com a notável excepção de Fillon- que se esmeraram em promessas a serem pagas pelos contribuintes todos, como por exemplo a de Hamon, do PS, com o rendimento mensal garantido para todos os cidadãos, o ex-ministro da economia de Hollande ousou ir ao osso da questão. Redução do peso do Estado, redução da burocracia, redução do número de deputados até um terço, redução de 120 mil lugares na função pública até 2022, redução da fiscalidade, etc. Tudo a mostrar que o sistema estatal francês, que serviu e serve de modelo ao português, em muitos aspectos, atingiu os seus limites e necessita de reformas urgentes, que Macron promete implementar, contrariando parcialmente o que escreve M. Vilaverde Cabral.
Há muito que a experiência me ensinou algo muito simples -não há pior cego do que aquele que não quer ver. Por conseguinte, se é o seu caso, se acha que está tudo bem, não perca tempo. Vá ler algo mais divertido. Digo isto porque a primeira volta das presidenciais francesas mostrou três coisas, muito agradáveis para quem deseja mudar para melhor, todavia muito desagradáveis para os instalados em geral. Sobretudo para os assistidos. A primeira dessas coisas é a vitória, prevista nas sondagens, de um jovem de 39 anos, que nunca antes concorrera a qualquer eleição importante. A segunda é o evidente esfrangalhamento dos partidos tradicionais. Pela primeira vez na V República, fundada em 1958, nenhum dos partidos tradicionais estará representado na 2ª volta. A terceira e última é o esgotamento do modelo comunista/ecologista, que o candidato Mélenchon, apesar da sua longa experiência política, mostrou alguma dificuldade em digerir, ao constatar a derrota. Recusou, para já, dar qualquer indicação de voto para a segunda volta, o que dispensa mais comentários.
A anunciada vitória de Macron é muito importante porque, além de ser a de um jovem sem um partido a apoiá-lo, assenta em medidas anunciadas que estão longe de ser pacíficas. Ao contrário dos outros candidatos -com a notável excepção de Fillon- que se esmeraram em promessas a serem pagas pelos contribuintes todos, como por exemplo a de Hamon, do PS, com o rendimento mensal garantido para todos os cidadãos, o ex-ministro da economia de Hollande ousou ir ao osso da questão. Redução do peso do Estado, redução da burocracia, redução do número de deputados até um terço, redução de 120 mil lugares na função pública até 2022, redução da fiscalidade, etc. Tudo a mostrar que o sistema estatal francês, que serviu e serve de modelo ao português, em muitos aspectos, atingiu os seus limites e necessita de reformas urgentes, que Macron promete implementar, contrariando parcialmente o que escreve M. Vilaverde Cabral.
Escrevo tudo isto porque o problema português e tomarense é semelhante ao francês, salvaguardando as respectivas diferenças de escala. Também em Lisboa e em Tomar é cada vez mais urgente reduzir o peso do sector público, reduzir o número de deputados na AR e na AM, reduzir impostos e taxas, reduzir as despesas com pessoal para reduzir a despesa e a burocracia.
Tudo isto, não porque haja alguma má vontade congénita contra os funcionários, contra os deputados ou contra os políticos, cidadãos como você ou eu. Apenas e só porque o sistema está cada vez mais bloqueado. Não sendo nada aconselhável aumentar impostos e taxas, porque a população já não aguenta mais, não se vê onde o governo ou a autarquia tomarense possam ir encontrar recursos para satisfazer os seus compromissos em constante aumento. E que ninguém se iluda com a geringonça. É apenas um pouco de céu artificialmente azul, enquanto não voltamos ao inverno do nosso descontentamento. Porque a dívida pública continua a sua imparável ascensão e, uma vez resolvidas as consultas eleitorais em França e na Alemanha, o BCE vai moderar e depois suprimir as compras de dívida no mercado, o que provocará o aumento das taxas de juro, que a dada altura Portugal não poderá suportar. Como já sucedeu com o governo Sócrates e os seus PECs.
No caso tomarense, o problema é até bem mais grave. Com a população a diminuir, os funcionários do Estado tenderão igualmente a diminuir. Com menos funcionários e menos população, menos impostos serão cobrados, uma vez que no vale do Nabão a iniciativa privada escasseia e o investimento ainda mais.
Donde resulta que, na ausência de coragem para implementar as reformas indispensáveis, restará ao Estado e ao Município de Tomar irem-se endividando enquanto for possível...
Aqui deixo este singelo recado para os candidatos tomarenses de Outubro próximo, uma vez que nos círculos governamentais lisboetas ninguém me lê. Se pensam que aparecer em eventos, beber uns copos e comer umas febras ou pernas de frango resolve alguma coisa, estão tão enganados como os porcos quando vão para os matadouros. Só que os porcos, ao que consta, não têm consciência das coisas. Serão só eles?
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