quarta-feira, 19 de abril de 2017

A sonhar com museus

PENICHE

Governo exclui hotel e avança para museu na Fortaleza de Peniche

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"O ministro da Cultura disse concordar com a criação de um museu da resistência à ditadura na Fortaleza de Peniche e excluiu a hipótese de ser aí criado um hotel.
A avaliação do estado de degradação do monumento aponta para obras de requalificação orçadas em 3,2 milhões de euros, de acordo com o relatório da inspeção efetuada pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto a pedido da DGPC, a que a Lusa teve acesso. Num relatório idêntico, a Câmara Municipal estima em 5,5 milhões de euros as intervenções consideradas urgentes."


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Estes dois excertos do Obervador, cuja notícia completa pode ler clicando aqui, são um exemplo da tendência que se vai ampliando por esse país fora. Todos os autarcas querem cada qual o seu museu. Esta notícia revela indirectamente uma das razões de tão generalizada atracção. Enquanto os técnicos de engenharia da Universidade do Porto indicam no seu relatório obras de requalificação do Forte de Peniche de 3,2 milhões de euros, os técnicos da câmara CDU escreveram noutro relatório praticamente idêntico que são necessários 5,5 milhões de euros só para "intervenções consideradas urgentes", refere a notícia. Ou seja, quase o dobro pelas mesmas obras de requalificação.
Além desta vertente tipo "maná do deserto", há outra vantagem bem mais importante para os autarcas, porque praticamente permanente: A instalação de um museu supõe a contratação de pessoal técnico, pessoal administrativo, pessoal de acolhimento, pessoal de segurança e pessoal de manutenção. Dezenas de novos funcionários públicos, que não por mero acaso são em geral os únicos a filiar-se na CGTP e a votar no PCP.
Não se trata de uma opinião pessoal. É apenas a constatação de um facto, objectivamente evidente por esse país fora.


Para poupar trabalho...

Depois de escrever o texto acima, tencionava alargar o tema, dado que, num curto espaço de tempo, o candidato do BE apoiou a fundação do Museu dos Tabuleiros e o candidato da CDU disse que "o Convento de S. Francisco deverá vir a albergar um conjunto museológico...". Ainda cheguei até a elaborar uma lista dos museus tomarenses já existentes ou anunciados:
1 - Núcleo de arte contemporânea, aberto das 11 às 18 horas
2 - Museu dos fósforos, aberto das 10 às 17 horas.
3 - Museu Luso-Hebraico (Sinagoga), aberto das 10 às 13 e das 15 às 19 horas.
4 - Museu lapidar da UAMOC, no Convento de Cristo, inacessível por falta de pessoal
5 - Museu do Brinquedo, no Convento de S. Francisco, em organização há vários anos.
6 - Museus da Levada, prometidos há vários anos, sem condições técnicas para abrir.
7 - Museu dos Tabuleiros, ansiado há vários anos.
8 - Museu João de Castilho, Edifício do Turismo, situação indefinida.

Chamo a atenção para a disparidade de horários, um inconveniente de todo o tamanho quando se é simples visitante. Para poupar trabalho, resta-me aconselhar vivamente a leitura atenta desta crónica de 2009 e desta outra de 2012. Infelizmente, desde então nada de substancial se alterou em Tomar. Só os autarcas é que foram mudando, mas as ideias continuem a ser as mesmas. Penso que é pena, mas é assim.

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