quarta-feira, 12 de abril de 2017

Eu pecador me confesso...

Eu pecador me confesso, a outros tão ou mais pecadores de que eu. Sei que entristeço alguns conterrâneos, que fazem o favor de me ler, e até irrito outros, quando termino a minha pobre prosa com a expressão Pobre gente! Pobre terra! Pois acreditem uns e outros que, como disse o agora muito badalado Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo sou mal interpretado. Nunca tive nem tenho a intenção de denegrir. Apenas e só de lamentar, como forma de alertar. para ver se as coisas mudam para melhor, graças ao esforço cidadão da maior parte.
Não tenho razão alguma para proceder assim? Sou demasiado irónico e até agressivo? Polémico? Pois tenham a bondade de prosseguir a leitura, que julgo esclarecedora quanto baste. No início da década de 80, quando fui eleito nas listas do PS para a Assembleia Municipal, (onde apenas me mantive durante dois anos, metade do mandato, porque entretanto me faltou paciência para mais), o responsável de um órgão de informação local veio pedir-me para eu fazer uma crónica de cada sessão daquele órgão autárquico. Fiz-lhe ver que não seria correcto da minha parte ser ao mesmo tempo juiz e causa, actor e relator. Respondeu-me que, dada a circunstância, poderia escrever sob pseudónimo.
Acedi, basicamente porque até aí não havia qualquer outro relato do que se passava nas longas reuniões do parlamento local. Foi sol de pouca dura. Só me publicaram a primeira crónica. A segunda nunca viu a luz do dia, por motivos que jamais me explicaram. Presumo que terá sido porque -como os leitores deste blogue bem sabem- escrevo pouco e mal, pelo que a citada resenha devia  estar mal amanhada. Querelas de tomarenses. Ou querelas tomarenses?
-Mas agora as coisas mudaram para melhor, pensará quem isto lê. Cheio de razão, pois mudaram sim senhor. Em muitos aspectos. Contudo, na área da informação, foi preciso aparecer o site mediotejo.net, que não é tomarense, para finalmente termos direito a um relato conciso e bem feito de cada uma das sessões do executivo municipal, da autoria de Elsa Ribeiro Gonçalves. Ou seja, a jornalista até já cá estava, porém nenhum órgão local julgara ainda oportuno fazer aquilo que a mim me parece essencial e indispensável: dar a conhecer por escrito o que acontece nas reuniões de quem nos governa. Ou devia governar. E certamente não terão esses responsáveis pela informação local agido por mal, ou com segundas intenções. São apenas outras maneiras de ver, pouco ou nada compatíveis com os novos tempos. Mas são as deles.
Perante isto, que querem que eu diga? 
Pobre gente! Pobre terra!

Sem comentários:

Enviar um comentário